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Após retomar Câmara do DF, Arruda afirma que "toda crise passa"
Aliado do governador assume presidência da Casa e conduzirá pedidos de impeachment no plenário
FILIPE COUTINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No dia que em José Arruda
(sem partido) conseguiu colocar um aliado na presidência da
Câmara Legislativa do DF (que
julgará seus pedidos de impeachment), o governador, em
mensagem a deputados, disse
que "toda crise passa".
Aos deputados distritais, Arruda disse que a prioridade é
concluir o governo - enquanto
no Legislativo a principal pauta
do ano é justamente votar os
pedidos de impeachment. Por
fim, o governador afirmou que
pretende concluir as obras iniciadas. "É assim que levanto a
cabeça e vislumbro o fim do
meu governo e da minha vida
pública", escreveu.
No texto enviado ao Legislativo na primeira sessão ordinária do ano, Arruda disse que
"desistiu de guerrear pelo poder". Na carta, ele afirma que
aprendeu em 2009. "A dor das
denúncias massacra, mas elas
serão esclarecidas no seu tempo", escreveu o governador.
Para poder terminar o ano de
"cabeça erguida", Arruda terá
que contar com o apoio dos deputados distritais que analisarão o pedido de impeachment.
Ontem, a base aliada de Arruda
elegeu por 15 votos a 7 o deputado Wilson Lima (PR) para
presidir a Câmara em 2010.
O candidato derrotado foi o
petista Cabo Patrício. Segundo
o deputado, "a Câmara não pode ser puxadinho do governo".
Lima será o responsável por
conduzir os pedidos de impeachment no plenário, além
de determinar como será o trabalho dos suplentes dos oito
deputados afastados pela Justiça, acusados de receber propina do mensalão do DEM.
Aliado de Arruda, Lima confessou que conversou com o governador diversas vezes durante a crise, mas nega que tenha
ocorrido uma intervenção do
Executivo. "Minha candidatura
foi um consenso", afirmou.
Ele e a Mesa Diretora recorreram ontem da decisão judicial que afastou oito deputados.
Trâmite
A primeira etapa do pedido
de impeachment contra Arruda será na CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça). Ontem, os deputados definiram a
nova composição, após a Justiça do DF ter dissolvido a comissão. No lugar da deputada Eurides Brito (PMDB), filmada colocando dinheiro na bolsa, entra Bispo Renato (PR) -mais
um aliado do governador.
Dos cinco membros da CCJ,
apenas um é da oposição. O relator da CCJ e líder do governo,
Batista das Cooperativas
(PRP), já tinha os pareceres
prontos. O aliado de Arruda,
entretanto, decidiu recomeçar
os trabalhos e terá até 30 dias
úteis para entregar o relatório.
"A Justiça anulou a composição da CCJ e terei que recomeçar meus trabalhos do zero",
afirmou o líder do governo.
Do lado de fora da Câmara,
mais de cem pessoas protestaram pela permanência do governador aos gritos de "fica, Arruda". Cerca de 20 manifestantes do "Fora, Arruda" foram à
Casa, mas decidiram ir embora
sob a escolta da polícia.
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