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Petrobras se nega a anular licitação
Presidente interina da estatal afirma que área jurídica sugeriu que concorrência seja levada até o fim
Graça Foster não explicou como vazaram os nomes das vencedoras da etapa que deverá definir com quem ficará publicidade da estatal
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A presidente interina da Petrobras, Graça Foster, disse ontem que a direção da estatal não
vê necessidade de cancelar a licitação para escolher as agências de publicidade que vão servir a empresa. Houve vazamento de informação no processo.
Segundo a executiva, essa recomendação partiu da área jurídica da companhia, que sugeriu avançar com as demais etapas do processo de licitação antes de tomar qualquer decisão
final sobre o caso.
Indagada pela Folha, Graça
não explicou como houve o vazamento do nome das três mais
bem classificadas na etapa decisiva da concorrência (que valia 70 pontos de 100 possíveis)
por um site especializado. Nessa etapa, levaram vantagem
Heads, Dentsu e Quê.
O que causou forte reação
das agências envolvidas na licitação foi o fato de, pelas regras
da concorrência, a comissão de
licitação não saber perviamente de quem era cada proposta.
Isso porque os envelopes estavam lacrados e identificados só
por um número, correlacionado a uma determinada agência
sem o conhecimento dos membros da comissão.
Desde o vazamento, a Petrobras não explicou nem em nota
nem na entrevista de ontem
como alguém conseguiu obter
o nome das três mais bem classificadas e mais fortes candidatas a levar ou manter a conta da
Petrobras, hoje sob responsabilidade da Heads, Quê e
F/Nazca, única que, possivelmente, perderá o cliente.
Segundo os licitantes, as três
vencedoras da etapa concluída
na semana passada obtiveram
notas tão altas que dificilmente
serão derrotadas na próxima
fase, que apenas avalia a capacidade de atendimento das
agências. O último passo da licitação será a avaliação da proposta comercial.
R$ 250 milhões
Em jogo, está uma verba publicitária anual de pouco menos de R$ 250 milhões, que foram rateados quase que igualitariamente entre as três agências no ano passado. Em 2009,
os recursos foram divididos da
seguinte forma: a F/Nazca ficou com R$ 83.157.765, a Quê
obteve R$ 82.824.650,00, e a
Heads administrou uma verba
de R$ 81.409.333.
A reação da Petrobras frustrou as outras agências, que esperavam o cancelamento da
concorrência. Desde o governo
do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, são realizadas licitações para a seleção de
agências de publicidade, e a
conta é compartilhada por
mais de uma empresa.
Contudo, essa foi a primeira
vez que uma informação dessa
natureza vazou antes da abertura dos envelopes.
Em reservado, dirigentes das
agências dizem que estudam
ingressar com recurso à comissão de licitação para anular essa
etapa da concorrência.
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