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Marco Aurélio condena uso ilegal de fundo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco
Aurélio Mello, disse ontem que
a verba do fundo partidário,
usada pelos partidos políticos,
"tem destinação clara e não é
para comprar bebida".
Foi uma referência à reportagem de ontem do jornal "O Globo", segundo a qual o PT utilizou R$ 39,3 mil do fundo para
bancar parte do jantar de comemoração dos 26 anos do partido, no início de 2006.
Centenas de garrafas de vinho e de champanhe foram
compradas pelo partido para a
ocasião, a que compareceram
autoridades e dirigentes do
partido num clube de Brasília.
"Essa verba tem a destinação
claramente prevista pela legislação. Não é para comprar bebidas, certamente", disse Marco
Aurélio. Segundo ele, a prestação de contas do PT referente
ao ano de 2006 está sendo analisada pela secretaria de controle interno do TSE.
Não há previsão de quando
sairá o veredicto do tribunal sobre a legalidade das contas e,
caso haja rejeição, o PT poderá
perder parte de seu fundo partidário.
Isso seria um problema para
um partido que tem uma dívida
acumulada de quase R$ 40 milhões, ainda resquício do esquema de financiamento ilegal
que ficou conhecido como valerioduto, montado pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares.
"Vamos esperar o final do
processo de análise das contas.
Mas o tribunal certamente fará
a lei ser cumprida", declarou o
presidente do TSE.
O fundo partidário é uma
verba distribuída anualmente
pela Justiça Eleitoral aos partidos. A lei 9.096/95, que o regulamenta, prevê apenas quatro
possíveis usos: manutenção de
sedes partidárias, propaganda
doutrinária e política, alistamento e campanhas eleitorais.
O PT lançou os gastos da festa
como propaganda.
O tesoureiro do partido, Paulo Ferreira, disse que os gastos
com o jantar estão previstos na
legislação. "É evidente que pode usar o fundo para isso. Tudo
que se faz em um partido político é propaganda deste partido.
Um jantar em que houve um
ato político é propaganda."
A oposição reagiu com cautela à reportagem. "Primeiro precisa ver se a lei permite gasto
com festa partidária. Vamos
também aguardar a explicação
do PT para decidirmos se é o
caso de acionar o TSE por meio
de uma representação", disse o
líder do DEM no Senado, José
Agripino (RN).
Já o senador Demóstenes
Torres (DEM-GO) disse que, se
o gasto tiver sido feito em uma
festa particular, haverá uma
clara irregularidade. "Se foi
uma festa política, no entanto,
aí penso que estaria coberto pela legislação."
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