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Repasses para aliado de Rainha são investigados
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Investigação do Ministério
Público Federal sobre suposto
desvio de dinheiro público por
duas associações de assentados
rurais da região do Pontal do
Paranapanema (oeste de São
Paulo) vai apurar também se os
recursos foram usados para
campanha eleitoral.
Uma das denúncias anônimas relatando supostas irregularidades no uso do dinheiro
recebidas pela Procuradoria
diz que parte do dinheiro desviado de três convênios custeou a campanha do atual presidente da Câmara Municipal
de Teodoro Sampaio (653 km
de São Paulo), José Eduardo
Gomes de Moraes (PV), que
preside as duas entidades.
Moraes, que foi o vereador
mais votado na cidade nas eleições de outubro passado, é um
dos principais aliados do líder
sem terra José Rainha Júnior,
que promoveu uma onda de invasões de terras no Pontal durante o Carnaval.
A denúncia anônima sugere
que seja investigado como Moraes conseguiu montar uma
grande estrutura de campanha,
que incluía diversos carros circulando nos assentamentos
com a foto dele, apenas com os
recursos que ele declarou ter
arrecadado.
Ele declarou à Justiça Eleitoral ter recebido R$ 22.636,81
em doações de pessoas físicas e
que não tinha bens. O candidato teve as contas aprovadas pela
Justiça Eleitoral.
Na última sexta-feira, a Procuradoria solicitou que a Polícia Federal instaurasse inquérito para apurar o suposto desvio nas duas entidades.
Para o procurador Luís Roberto Gomes, de Presidente
Prudente, o procedimento preparatório de inquérito civil público aberto em setembro de
2008 sinalizou que há indícios
de desvio na prestação de contas das duas entidades. O inquérito deverá ser aberto nos
próximos dias.
Repasses
Segundo o site Portal da
Transparência, a Associação
Amigos de Teodoro Sampaio e
a Federação das Associações de
Assentados e Agricultores Familiares do Oeste Paulista, de
Mirante do Paranapanema, receberam do Ministério do Desenvolvimento Agrário um total de R$ 3,256 milhões entre
2007 e 2008 para desenvolver
projetos para a produção de
biodiesel em assentamentos.
Eduardo Moraes negou ontem que tenha havido desvios
no uso do dinheiro dos convênios e atribuiu motivação política para as denúncias feitas
contra ele.
"Todas as vezes em que nos
movimentamos para fazer alguma coisa, aparecem denúncias", disse. "Eu represento um
poder no município e os políticos ficam preocupados porque
a gente desenvolve um trabalho
e está crescendo politicamente.
Eles nunca fizeram nada no
passado", afirmou o vereador.
De acordo com Moraes, os
convênios beneficiam 700 famílias assentadas e as prestações de contas já foram apresentadas ao ministério e ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)
em São Paulo, que faz a intermediação dos repasses.
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