São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2001

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PAINEL


Ato falho
Além de reafirmar o legado ético da sigla, o PSDB decidiu que a convenção da legenda, em maio, será dedicada a Mário Covas e Franco Montoro, dois símbolos da moralidade tucana. Esqueceu de Sérgio Motta, quando novos documentos sugerem que o dossiê Caribe era ficção.

Agonia contínua
O Planalto passou a monitorar os passos da oposição por meio do noticiário em tempo real. FHC cansou de ver o governo sempre na defensiva. A criação da Corregedoria Geral da União já é o primeiro sinal da reação.

E depois reclama
Dados da Receita Federal para o discurso em que FHC anunciou a criação da corregedoria: Everardo Maciel já demitiu cerca de 200 funcionários. E 15 deles estão presos. Mas ninguém sabe. Nem o presidente falou.

Humor palaciano
A procuradora aposentada Anadyr de Mendonça Rodrigues, nomeada ontem para a Corregedoria Geral da União, ganhou um apelido no Planalto: "Dragão da corrupção".

Comeu poeira
Estimulado por FHC a tentar colocar-se na corrida de 2002, Paulo Renato ficou para trás nas últimas reuniões tucanas. Falou-se de Serra (Saúde), de Tasso (CE) e até de Dante de Oliveira (MT). O ministro da Educação é candidato a qualquer coisa e faz reuniões em busca de apoio.

Estica e puxa
A idéia de FHC de tirar em dezembro os ministros que serão candidatos em 2002 esbarra em dois obstáculos: Serra e Paulo Renato querem ficar até abril, prazo determinado pela lei eleitoral para que deixem os cargos.

Segundo plano
Na hora da foto oficial, ao final da reunião do PSDB em Belém, Serra foi ao banheiro. Tasso queria pressa. Alguém sugeriu aguardar Serra. "Não tem a menor importância", disse Tasso.


Frente e verso
Serra, que já baniu a publicidade do tabaco, pensa agora em ampliar o espaço da advertência de que fumar faz mal à saúde impresso nas carteiras de cigarros. O aviso passaria a ocupar todo um lado do maço. A marca ficaria apenas na outra face.

Campo minado
ACM pressiona o PL para assinar a CPI da corrupção. Se o líder Waldemar da Costa Neto topar ceder as 21 assinaturas da sigla, o baiano fica senhor da situação na Câmara, onde tem influência sobre 15 deputados. Está sendo estudada uma assinatura conjunta PFL-PL.

Guerrilha doméstica
A oposição a ACM na Bahia estará em Brasília depois de amanhã para o ato pró CPI. Aproveita para lançar um livro com denúncias contra o senador baiano e o site www.foraacm.com na Internet.

Fora dos autos
Os principais membros do grupo que investiga o desvio do TRT-SP participarão, quinta e sexta, de seminário sobre o tema "Cooperação Judiciária Internacional", em São Paulo.

Suspenso da aula
Paulo Renato combinou com o prefeito Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB) que lançaria ontem, em Vitória (ES), o programa "Família na Escola". Tudo arrumado, o ministro ligou no sábado cancelando o evento. A pedido do governador José Ignácio, tucano como Luiz Paulo.

Cardápio municipal
A administração de Marta está contratando a Fundação Getúlio Vargas, por meio da Secretaria Municipal de Abastecimento, por R$ 142,3 mil, para prestar serviços de consultoria em logística para os programas de alimentação e abastecimento.

Encruzilhada tucana
FHC acha que presidente de partido não pode ter cargo de confiança no governo. Argumento: não é demissível "ad nutum". Ou Pimenta da Veiga (Comunicações) sai em maio para a presidência do PSDB ou desiste da candidatura.
TIROTEIO

De Paulo Hartung (ES), líder do PPS no Senado, sobre FHC dizer que não atuou para impedir a CPI da Corrupção:
- Foi hilário!

CONTRAPONTO

Gol contra

O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, José Paulo Bisol, viveu momentos de tensão domingo à tarde.
O secretário, cuja política de segurança pública é objeto de uma CPI estadual, ouvia pelo rádio a transmissão do jogo Grêmio e Internacional, o principal clássico do futebol gaúcho.
A pressão de Bisol começou a subir quando ficou evidente que o Grêmio, seu time do coração, estava prestes a vencer o arqui-rival. A partida terminou em 4 a 2 para o time de Bisol.
O que o secretário não esperava era o anúncio de sua demissão, feito pelo radialista Haroldo de Souza, vereador pelo PTB.
Bisol não sabia se comemorava a vitória do Grêmio ou se procurava o governador Olívio Dutra (PT) para conferir a notícia.
Estava nesse dilema quando Haroldo de Souza retomou o assunto, ao final da partida:
- É 1º de abril!


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