São Paulo, sábado, 03 de abril de 2004

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São Caetano terá 10 assentos a menos

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

São Caetano do Sul (Grande São Paulo) está entre os municípios que mais sentirão os efeitos da decisão da Justiça Eleitoral de estabelecer o número de vereadores com base no tamanho da população local. A cidade perderá quase metade de seus vereadores.
A Câmara Municipal de São Caetano do Sul abriga hoje 21 vereadores. No ano que vem, dez assentos ficarão vagos.
De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), municípios que tenham entre 95.239 e 142.857 habitantes poderão eleger 11 vereadores. É o caso da cidade paulista, que tem 137.276 habitantes, segundo estimativa do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A redução do número de vagas divide os vereadores. Para o presidente da Câmara, Paulo Pinheiro (PTB), é uma "economia burra".
"São os vereadores que trabalham para que a cidade cresça e adquira projeção nacional", diz Pinheiro, referindo-se ao fato de São Caetano ter o melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil.
Eduardo Agostini (PPS) também critica a mudança. Ele ficou em 17º lugar na última eleição e, portanto, não teria sido eleito se já fossem 11 vagas.
"A oposição precisa ter apenas seis vereadores para ser maioria. Assim, projetos do Executivo que tramitariam com tranqüilidade poderão ser facilmente vetados na Câmara Municipal. Isso torna o trabalho do prefeito mais difícil."
Para o petebista João Rodrigues, a mudança foi feita por meio de "um cálculo matemático frio, que não leva em consideração a realidade de cada município".
"Os vereadores terão muito mais trabalho", prevê.
O vereador Tite Campanella (PFL) vê a redução de assentos como positiva. "A oferta de candidatos será menor. O eleitor poderá analisar melhor o que cada um tem a oferecer", diz ele.
Na região do ABC paulista, somente Santo André (659.294 habitantes) e São Bernardo do Campo (745.161) não serão afetadas pela determinação da Justiça Eleitoral. O número de habitantes garante a suas respectivas Câmaras Municipais a manutenção das atuais 21 cadeiras.


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