São Paulo, domingo, 03 de abril de 2005 |
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PAINEL Cuspindo fogo 1 Assim como, há pouco mais de um ano, recorreu ao fogo amigo contra a política econômica na tentativa de retirar o foco do caso Waldomiro Diniz, José Dirceu agora volta a fustigar Antonio Palocci em resposta à sua insatisfação com a reforma ministerial que não houve. Cuspindo fogo 2 Além de balançar a árvore de Palocci, Dirceu não perde de vista seu alvo preferencial, o PSDB. "Preste atenção em como vamos desconstruir o Alckmin", disse o ministro a um petista em jantar na semana passada. O encontro se deu antes do seqüestro de recursos paulistas pelo Tesouro. Me aguarde No jantar, Dirceu acrescentou que o governo Lula responderá às críticas feitas pelos tucanos com uma "revolução gerencial". Trator na pista No entorno de Dirceu, há quem diga que, aborrecido com a não-reforma da Esplanada, o chefe da Casa Civil pode rever a decisão de não se candidatar a nada em 2006. Se é que tal decisão foi um dia tomada. O quatrilho Durante a viagem de Lula e petistas ao interior paulista na quinta, Ricardo Berzoini (Trabalho) chegou a sugerir Dirceu, não se sabe se a sério ou de brincadeira, como "nome de consenso" da sigla ao governo estadual. Outros candidatos à vaga não acharam a menor graça. Coração partido Roseana Sarney, uma das vítimas da implosão da reforma ministerial, disse a amigos que se sentiu usada por Lula. Abatida, a senadora pefelista chegou a falar em abandonar a política. Prato gelado De um ministro próximo a Lula, preocupado com a reação do ex-presidente da República ao desgosto causado a Roseana: "As vinganças de Sarney demoram anos, mas não falham". Nem pensar 1 Bastou o Planalto sinalizar o desejo ver o PT apoiando a reeleição de Germano Rigotto (PMDB) para o partido se movimentar no Rio Grande do Sul. Os petistas gaúchos se recusam a discutir a hipótese de não ter candidato ao governo em 2006. Nem pensar 2 A esquerda e o centro do PT gaúcho fecharam acordo para a eleição do Diretório Estadual. Na composição vencedora, predomina a rejeição à aliança com o PMDB local, vista pelo Planalto como requisito para o apoio da sigla à reeleição de Lula. Comportas abertas Outro risco ao namoro nacional PMDB-PT se dá no Paraná, onde o ministro Paulo Bernardo lançou o petista Jorge Samek à sucessão de Roberto Requião. Mas poucos acreditam que o presidente de Itaipu terá força para romper seus vínculos históricos com o governador. Elas por elas Em encontro com o PT do Distrito Federal, Lula foi claro: topa entregar a Geraldo Magela a presidência do Banco Popular, mas não quer saber de choradeira se o Planalto vier a apoiar Paulo Octávio (PFL), candidato do governador Joaquim Roriz (PMDB) à sucessão no DF. Bloco na rua 1 Márcio Thomaz Bastos se reúne na terça-feira com o presidente do TSE, Carlos Velloso, para apressar os preparativos do referendo do desarmamento. O ministro da Justiça acha que está na hora de se contrapor às tentativas de arquivar a proposta. Bloco na rua 2 O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), coordenador do comitê pró-desarmamento da Câmara, vai lançar a Cartilha do Referendo para responder à bancada da bala, difusora da versão de que apenas as "pessoas de bem" serão desarmadas.
TIROTEIO Candidato a senador em 1947
pelo Partido Comunista Brasileiro, o pintor Candido Portinari
(1903-1962) se divertia contando
uma história de quando pintou
os murais do Ministério da Educação. À frente da pasta durante
11 anos, de 1934 a 1954, Gustavo
Capanema queria que ele fizesse
uma concessão e incluísse na
obra um retrato do Duque de
Caxias, patrono do Exército. |
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