São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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PAINEL

Virou epidemia
A taxa de assassinatos no Brasil entre jovens de 18 a 24 anos cresceu de 30 (em 1980) para 52,1 (em 2000) em cada grupo de 100 mil habitantes. O dado integra o Mapa da Violência 3, a ser divulgado hoje pelo Ministério da Justiça e Secretaria de Estado de Direitos Humanos.

Idade do perigo
O estudo, feito pelo escritório da Unesco em PE, concluiu que os avanços da violência homicida no país são explicados "exclusivamente" pelo aumento dos crimes contra jovens. No restante da população, a taxa de homicídio caiu um pouco, de 21,3 para 20,8 entre 1980 e 2000.

Descompasso trágico
Nas capitais brasileiras, 43% das mortes entre jovens são causadas por homicídios. Na população total do país, os assassinatos são responsáveis por 4,7%.

Menos mal
Mas nem todas as notícias são ruins para o país no estudo da Unesco: as mortes em acidentes de trânsito caíram 10,7% entre 1991 e 2000. A taxa global de mortalidade caiu de 633 para 573 em cada grupo de 100 mil habitantes entre 1980 e 2000.

Audiência prévia
Os estrategistas de Serra queriam assistir ao programa do PMDB, veiculado ontem, antes de ser levado ao ar. Para "afiná-lo" com o discurso do tucano. Não puderam. O PMDB não enviou uma cópia do programa, feito às pressas porque o TSE não autorizou o adiamento.

Governismo total
Nizan Guanaes aconselhou José Serra, em conversa telefônica nesta semana, a colar seu discurso ao governo FHC. Para o marqueteiro, essa é a melhor estratégia para o presidenciável tucano chegar ao segundo turno.

Ter o que dizer
José Serra disse a Nizan Guanaes que concorda com a sua avaliação, mas considera que o governo precisa criar notícias positivas para alavancar sua campanha presidencial. Caso contrário, a total identificação com FHC poderá desgastá-lo.

Queda-de-braço
Os planos privados de saúde pressionam o governo a aumentar em cerca de 15% as mensalidades. O Ministério da Saúde não aceita mais do que 5%.

A conferir
Collor avisou a correligionários que disputará o governo de Alagoas, em vez do Senado. Em 15 dias, pretende começar a percorrer o Estado. De helicóptero.

Desvio de rota
A estratégia de PDT e PTB baterem de frente com Roberto Freire, presidente do PPS, foi combinada previamente com Ciro. O objetivo é fragilizar o senador para tirá-lo da coordenação da campanha presidencial.

Em flagrante
ACM ameaça tirar Inocêncio Oliveira da liderança do PFL na Câmara. Acusação: trabalhar em favor da candidatura Serra.

Marcação cerrada
Pimenta da Veiga, coordenador da campanha de Serra, esteve ontem em Uberaba (MG) com Bornhausen. A cúpula do PMDB não gostou da reunião e vai insistir na substituição de Pimenta. Acha que o tucano trabalha para colocar o PFL na vice.

Saúde pessoal
O presidenciável Anthony Garotinho (PSB-RJ) vem sofrendo constantes crises de labirintite.

Bala perdida
A cúpula do PT procurou Benedita da Silva para mostrar preocupação com as constantes cenas de violência em morros do Rio de Janeiro. O partido teme que uma crise de segurança em um governo petista prejudique a candidatura de Lula.

Visita à Folha
Miguel Reale Junior, ministro da Justiça, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de André Lozano, assessor especial do ministro.

TIROTEIO

Do senador José Jorge (PE), ex-ministro de Minas e Energia, sobre FHC ter dito que a pressão do PFL para o PSDB trocar de candidato é "para rir":
- Esse negócio de manter a candidatura Serra é para chorar!

CONTRAPONTO

Paixão política

O ex-governador Leonel Brizola (PDT) contou, dias atrás, como fez para se aproximar de Neusa Brizola, que morreu em 1993. Em 1946, numa reunião no Rio com cerca de 150 integrantes da Ala Moça (jovem) Trabalhista do PTB, a única mulher era Neusa, representante do partido no Rio Grande do Sul.
Brizola, que presidia o encontro, ficou imediatamente atraído pela beleza de Neusa.
- Eu pensei na hora: "O que eu vou fazer para chamar a atenção dessa mulher?" - contou Brizola na semana passada.
Interrompendo algum debate acalorado, o ex-governador teve uma idéia. De repente, pediu a palavra e anunciou a todos:
- Nós tivemos um problema com o fichário. Precisamos atualizar os nomes e endereços de todos vocês. Um por um, por favor, façam uma fila...
Brizola pôde conhecer Neusa. Viveram juntos quase 50 anos.



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