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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Henrique Alves, um dos escolhidos pelo PMDB, deve compor chapa
Serra agora decide aceitar indicação rápida do vice
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Preocupado em criar um fato
que torne consumada a aliança
com o PMDB, o pré-candidato do
PSDB à Presidência, o senador
paulista José Serra, aceitou ontem
indicar logo o seu vice, que deverá
ser o deputado federal Henrique
Eduardo Alves (RN).
Em conversa com o presidente
do PMDB, Michel Temer, e o do
PSDB, José Aníbal, Serra desistiu
de adiar a escolha do vice, que era
uma tentativa do pré-candidato e
de seus auxiliares de não engolir
os preferidos da cúpula.
A direção do PMDB escolheu
Henrique Alves, mas apresentou
como segunda opção o ex-prefeito de Joinville Luiz Henrique. Serra preferia o senador Pedro Simon (RS) ou a deputada Rita Camata (ES), vetados pela cúpula
por terem sempre jogado contra a
aliança tucano-peemedebista.
Desde a semana passada, com a
intervenção do presidente Fernando Henrique Cardoso, vem
sendo articulado o enquadramento de Serra. FHC disse a ele
que, se demorasse a indicar o vice
e a costurar alianças estaduais entre PMDB e PSDB, poderia ver
comprometida a aliança.
Desde então, Henrique Alves
ganhou força. Além de preferido
da cúpula, é do Nordeste, região
onde Serra tem o pior desempenho nas pesquisas. O tucano é carimbado pelos adversários como
um político que joga contra os interesses nordestinos.
Ontem, Aníbel foi um enfático
defensor da indicação rápida do
vice. Serra tem sido bombardeado pelo PFL, que argumenta que a
demora na escolha é um indicador da fragilidade da aliança entre
PMDB e PSDB.
Temer também disse que a escolha imediata tiraria Serra da defensiva. Mesmo com o segundo
lugar nas pesquisas, a campanha
está em crise. Apesar das negativas dos serristas, o tucano está
tentando trocar de marqueteiro,
não gosta da atuação do coordenador de campanha, o deputado
Pimenta da Veiga (MG), e é visto
como quem cria problemas a si
mesmo devido a seu estilo.
Ontem, Serra fez uma última
tentativa de emplacar Rita Camata. O prefeito de Vitória (ES), Luiz
Paulo Velloso Lucas, escudeiro
fiel do tucano, defendeu a indicação da deputada.
O próprio Serra, na conversa
com Temer e Aníbal, disse que
achava bom esperar, por exemplo, a definição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Temer, porém, deixou claro que
o nome de Henrique Alves uniria
um maior número de seções estaduais do PMDB, dando garantia
de que a aliança será selada na
convenção oficial de junho.
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