São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Henrique Alves, um dos escolhidos pelo PMDB, deve compor chapa

Serra agora decide aceitar indicação rápida do vice

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Preocupado em criar um fato que torne consumada a aliança com o PMDB, o pré-candidato do PSDB à Presidência, o senador paulista José Serra, aceitou ontem indicar logo o seu vice, que deverá ser o deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN).
Em conversa com o presidente do PMDB, Michel Temer, e o do PSDB, José Aníbal, Serra desistiu de adiar a escolha do vice, que era uma tentativa do pré-candidato e de seus auxiliares de não engolir os preferidos da cúpula.
A direção do PMDB escolheu Henrique Alves, mas apresentou como segunda opção o ex-prefeito de Joinville Luiz Henrique. Serra preferia o senador Pedro Simon (RS) ou a deputada Rita Camata (ES), vetados pela cúpula por terem sempre jogado contra a aliança tucano-peemedebista.
Desde a semana passada, com a intervenção do presidente Fernando Henrique Cardoso, vem sendo articulado o enquadramento de Serra. FHC disse a ele que, se demorasse a indicar o vice e a costurar alianças estaduais entre PMDB e PSDB, poderia ver comprometida a aliança.
Desde então, Henrique Alves ganhou força. Além de preferido da cúpula, é do Nordeste, região onde Serra tem o pior desempenho nas pesquisas. O tucano é carimbado pelos adversários como um político que joga contra os interesses nordestinos.
Ontem, Aníbel foi um enfático defensor da indicação rápida do vice. Serra tem sido bombardeado pelo PFL, que argumenta que a demora na escolha é um indicador da fragilidade da aliança entre PMDB e PSDB.
Temer também disse que a escolha imediata tiraria Serra da defensiva. Mesmo com o segundo lugar nas pesquisas, a campanha está em crise. Apesar das negativas dos serristas, o tucano está tentando trocar de marqueteiro, não gosta da atuação do coordenador de campanha, o deputado Pimenta da Veiga (MG), e é visto como quem cria problemas a si mesmo devido a seu estilo.
Ontem, Serra fez uma última tentativa de emplacar Rita Camata. O prefeito de Vitória (ES), Luiz Paulo Velloso Lucas, escudeiro fiel do tucano, defendeu a indicação da deputada.
O próprio Serra, na conversa com Temer e Aníbal, disse que achava bom esperar, por exemplo, a definição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Temer, porém, deixou claro que o nome de Henrique Alves uniria um maior número de seções estaduais do PMDB, dando garantia de que a aliança será selada na convenção oficial de junho.



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