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Pré-candidato consulta Malan antes de fazer discurso nos EUA
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
Antes de viajar aos EUA na noite de quarta-feira, o presidenciável Ciro Gomes consultou o ministro da Fazenda, Pedro Malan,
para definir um discurso no exterior que "não evidenciasse tantas
divergências" com o governo.
Ciro chegou ontem a Washington trazendo informações econômicas e idéias que lhe foram oferecidas por Malan durante telefonema que fez ao ministro pouco
antes de embarcar. Dias antes, havia enviado um ofício ao ministro
pedindo dados econômicos e sobre as relações Brasil-EUA.
Ciro confirmou o telefonema,
mas não quis falar sobre o seu
conteúdo. "Mandei ofício a Malan
com minha agenda nos EUA. Para dizer a ele que, apesar de ser
oposição no Brasil, tínhamos que
fazer no exterior um enorme esforço para não evidenciar tantas
divergências e procurar o máximo de convergência na defesa do
interesse nacional."
Ciro participou ontem de um
evento promovido pelo jornal
"Valor Econômico" e pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. Poupou Fernando Henrique Cardoso
de críticas contundentes e elogiou
o trabalho de Malan como negociador da dívida externa no governo de Itamar Franco.
"A dívida externa do setor público está muito bem composta",
disse, apesar de seus ataques ao
crescimento da dívida pública na
gestão FHC. "O que galopou foi a
parte privada da dívida externa."
Desculpou-se por responder a
perguntas em português: "Sinto-me mais confortável falando minha língua". Cerca de 60 pessoas
compareceram ao evento, entre
funcionários do governo dos
EUA, diretores de empresas de assessoria empresarial, advogados e
diretores de grupos privados.
O pré-candidato criticou Serra
duas vezes: disse que o tucano
ameaça o bem-estar dos brasileiros ao defender a desvalorização
cambial para elevar as exportações. "Isso seria transferir para a
sociedade o preço dessa política."
Referia-se ao risco de aumento da
inflação. Aos jornalistas, acusou
Serra de ter sido, a princípio, inimigo do Plano Real: "Ele foi contra, sabotou o quanto pôde. Pergunte ao Fernando Henrique. Se
ele tiver o mínimo de sinceridade
e de memória, vai dizer".
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