São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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Pré-candidato consulta Malan antes de fazer discurso nos EUA

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

Antes de viajar aos EUA na noite de quarta-feira, o presidenciável Ciro Gomes consultou o ministro da Fazenda, Pedro Malan, para definir um discurso no exterior que "não evidenciasse tantas divergências" com o governo.
Ciro chegou ontem a Washington trazendo informações econômicas e idéias que lhe foram oferecidas por Malan durante telefonema que fez ao ministro pouco antes de embarcar. Dias antes, havia enviado um ofício ao ministro pedindo dados econômicos e sobre as relações Brasil-EUA.
Ciro confirmou o telefonema, mas não quis falar sobre o seu conteúdo. "Mandei ofício a Malan com minha agenda nos EUA. Para dizer a ele que, apesar de ser oposição no Brasil, tínhamos que fazer no exterior um enorme esforço para não evidenciar tantas divergências e procurar o máximo de convergência na defesa do interesse nacional."
Ciro participou ontem de um evento promovido pelo jornal "Valor Econômico" e pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. Poupou Fernando Henrique Cardoso de críticas contundentes e elogiou o trabalho de Malan como negociador da dívida externa no governo de Itamar Franco.
"A dívida externa do setor público está muito bem composta", disse, apesar de seus ataques ao crescimento da dívida pública na gestão FHC. "O que galopou foi a parte privada da dívida externa."
Desculpou-se por responder a perguntas em português: "Sinto-me mais confortável falando minha língua". Cerca de 60 pessoas compareceram ao evento, entre funcionários do governo dos EUA, diretores de empresas de assessoria empresarial, advogados e diretores de grupos privados.
O pré-candidato criticou Serra duas vezes: disse que o tucano ameaça o bem-estar dos brasileiros ao defender a desvalorização cambial para elevar as exportações. "Isso seria transferir para a sociedade o preço dessa política." Referia-se ao risco de aumento da inflação. Aos jornalistas, acusou Serra de ter sido, a princípio, inimigo do Plano Real: "Ele foi contra, sabotou o quanto pôde. Pergunte ao Fernando Henrique. Se ele tiver o mínimo de sinceridade e de memória, vai dizer".



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