São Paulo, terça-feira, 03 de maio de 2005

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PAINEL

À própria sorte
A situação de Aldo Rebelo, que nunca chegou a se normalizar por completo, volta a inspirar cuidados. A lama enfrentada pelo governo no Congresso ameaça a permanência do ministro da Coordenação Política. Com o agravante de que antigos aliados não lhe dão mais apoio.

PMDB saudações
O presidente do Senado, Renan Calheiros, antes interessado em ter Aldo no palácio como contraponto a José Dirceu, já havia feito críticas veladas ao ministro. Os ataques diretos de Ney Suassuna foram a senha do desembarque peemedebista.

Intensivão
Severino Cavalcanti dará ultimato ao governo em reunião de líderes hoje: se a obstrução continuar, ele cancelará reuniões das comissões para que o plenário da Câmara tenha duas sessões diárias. Até limpar a pauta.

Joelho na porta
O líder tucano na Câmara, Alberto Goldman (SP), entra hoje com ação de inconstitucionalidade contra a medida provisória 247, que abre créditos especiais a vários ministérios. Acusa o governo de editar MP para assunto corriqueiro apenas com o intuito de manter a pauta trancada.

Efeito Greenhalgh
Zombaria de um líder aliado: de tanto repetir que jogará pesado contra a candidatura de Augusto Nardes (PP-RS) para o Tribunal de Contas da União, o governo acabará por elegê-lo.

Cuidado extra
A cassação de André Luiz (RJ) só acontecerá amanhã se houver quórum superior a 400 deputados. O voto será secreto. Severino deverá deixar o comando da sessão a cargo do primeiro-vice, José Thomaz Nonô (PFL-AL).

Boca do forno
Depois de intermináveis divergências com a Fazenda, o MEC espera divulgar nesta semana a proposta de criação do Fundeb. Pela fórmula que deve prevalecer, os repasses para o fundo do ensino básico chegariam a R$ 4,3 bi em quatro anos.

Jogo do contente
Tarso Genro preferia vincular ao Fundeb um percentual do PIB, como na saúde. Perdeu. "Saiu o possível, mas um possível positivo", diz o ministro.

Saindo da gaiola 1
Geraldo Alckmin recebeu a bancada federal tucana domingo à noite no Palácio dos Bandeirantes. Avançando alguns centímetros em seu discurso cauteloso, o governador paulista admitiu ser a opção "mais provável" do PSDB para disputar a Presidência em 2006.

Saindo da gaiola 2
Na conversa com os deputados, Alckmin disse que José Serra, prefeito paulistano desde janeiro passado, está com "uma bola de chumbo no pé". Já a candidatura presidencial de Aécio Neves não seria "para valer".

Tomou gosto
Depois de enfrentar sem sobressaltos sua primeira coletiva, Lula fala amanhã à "Paris-Match", à TV-5 e à Rádio França Internacional. Luiz Gushiken e André Singer levaram ao presidente uma proposta de entrevistas a veículos que ainda não tiveram exclusiva com o petista.

Apita o árbitro
Vice do Senado, Tião Viana (PT-AC) encerrou às 14h15 a sessão sobre o Dia do Trabalhador. No meio do caminho, José Agripino (PFL-RN) e Arthur Virgílio (PSDB-AM) perderam a chance de falar. "O gongo do Tião adiou a crítica que faríamos a Lula", reclamou o pefelista.

Visita à Folha
Guido Mantega, presidente do BNDES, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Ricardo Moraes, assessor especial da presidência, e de Paulo Totti, assessor da presidência.

TIROTEIO

Do quarto-secretário da Câmara, João Caldas (PL-AL), sobre a falta de acordo para a retomada das votações:
-O problema é que o Legislativo quer executar, e o Executivo quer legislar. E um não quer perder a chance de fincar a faca no pescoço do outro.

CONTRAPONTO

Na tribo errada

Na quarta-feira passada, o líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (MS), foi incumbido pela bancada de falar para cerca de 700 índios de várias etnias reunidos no auditório do STJ.
Delcídio, que tem familiaridade com a questão indígena, sensível em seu Estado, listou os projetos de interesse dos índios que tramitam no Congresso.
-Nossa estratégia é ressuscitar o Estatuto do Índio-, disse, arrancando aplausos da platéia.
Logo em seguida, chegou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Mudando completamente de assunto, declarou:
-Levante a mão quem aqui conhece ou já ouviu falar do programa de renda mínima.
Fez-se um silêncio e nenhum dos índios levantou a mão. Suplicy ainda levou uma bronca de um dos líderes indígenas:
-Senador, pensamos que o senhor tivesse vindo aqui para falar das nossas causas!


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