São Paulo, terça-feira, 03 de maio de 2005

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O AMIGO CARIMBÃO

Aos amigos, o deputado Severino Cavalcanti não nega quase nada. Recorre a "jeitinhos" para ajudar conhecidos, mas, segundo ele, sempre sem passar por cima de leis. "Eu não transgredi nenhuma lei para facilitar amigo meu", disse ontem, após contar como ajudou o deputado federal Givaldo de Sá Gouveia Carimbão (PSB-AL) a se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O encontro foi em Roma, onde Lula, Severino e outros políticos estavam para o enterro do papa João Paulo 2º. Carimbão, que não foi no vôo presidencial, pediu a Severino que o levasse a um jantar na embaixada brasileira em Roma, no qual Lula estaria.
"Carimbão, não dá para eu te levar, tem até o nome das pessoas nas cadeiras, não posso te levar", respondeu Severino. O amigo da Câmara insistiu. "Ele ficou junto de mim e eu liguei para a embaixada. A funcionária da embaixada me respondeu: "É limitado"."
Severino não desistiu: "Eu estou com ele aqui, ele presta um grande serviço a Alagoas, mas nunca apertou a mão de Lula. Se ele não puder ir, cancela a minha participação, porque eu não vou. Vou ficar junto do Carimbão".
A pressão deu certo. Segundo Severino, a "secretária da embaixada" ligou em seguida. "Ela me falou: "Pode trazer o Carimbão"."
Já no jantar, Carimbão pediu outro favor: falar com Lula. "Ele me disse: "Dá um jeitinho de eu falar com ele". E eu disse: "Você já está me pedindo demais"."
Mas o alagoano conseguiu. "Faça um deputado feliz, presidente, fale com o Carimbão", disse Severino a Lula. "Sabe quantos minutos ele ficou com o presidente? 25 minutos. O Sarney até reclamou."
Na hora de voltar, novo pedido: "Eu quero ir no avião de volta", ele pediu. E eu disse: "Vamos resolver isso'". "E o Carimbão viajou conosco. Quando chegou ao Brasil, foi ao plenário e disse que ele era feliz porque o presidente se preocupava com ele."


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