São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Primeiro passo

O DEM reúne hoje seus representantes na CPI do Apagão Aéreo da Câmara para traçar o mapa da guerra juntamente com o GAT (Grupo de Assessoramento Técnico), criado para municiar a bancada.
O trabalho de suporte aos deputados será coordenado pelo delegado e ex-parlamentar Moroni Torgan (CE), que foi membro da CPI do Narcotráfico. São três linhas de investigação que os ex-pefelistas vão perseguir: problemas relativos ao controle aéreo, irregularidades na Infraero e relação das empresas aéreas com o consumidor. "Vamos mostrar que o governo fez cosmetologia nos aeroportos em vez de investir em melhoria do sistema de controle de tráfego", afirma o líder do DEM, Onyx Lorenzoni (RS).

Integrado. Marcelo Castro (PI) tornou-se o peemedebista mais cotado para relatar a CPI do Apagão Aéreo por ser, na descrição de um correligionário, o "anti-Serraglio". Ou seja: não haveria risco de Castro se entusiasmar com investigação e colocar o governo em maus lençóis, como fez o relator da CPI dos Correios.

Pente fino. PT e PMDB decidiram adiar para hoje a indicação de seus membros na CPI com o objetivo de obter dos deputados cotados garantia de presença em todas as sessões. Os parceiros acreditam que só assim o governo terá uma "defesa articulada" ao longo da investigação. Na definição de um petista, é preciso "discutir o conjunto".

Nem te ligo. Antes de ser escolhido para o Ministério das Ações de Longo Prazo, Roberto Mangabeira Unger costumava telefonar dia sim e outro também para o vice-presidente José Alencar. Porém, desde que a indicação saiu, o professor de Harvard não fez sequer uma ligação para o companheiro de PRB.

Cada um... O PMDB do Senado não quer ouvir falar de Luiz Paulo Conde na presidência de Furnas. A ala do partido capitaneada por José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL) fez saber aos colegas da Câmara que cada grupo tem seus espaços definidos, e que o Ministério das Minas e Energia pertenceria à cota dos senadores. Não é certo que Lula vá lhes dar ouvidos.

...por si. Do mesmo modo, os senadores do PMDB trabalham para deixar ao relento o ex-deputado Moreira Franco, enquanto o presidente da sigla, Michel Temer, tenta lhe arranjar algo na BR Distribuidora. Menos a presidência da empresa, que ficará com o petista José Eduardo Dutra.

Afinidades. Os demais participantes já notaram: os presidentes do PT, Ricardo Berzoini, e do PMDB, Michel Temer, sentam sempre lado a lado nas reuniões semanais do Conselho Político de Lula.

Superposição. O Conselho Político voltará a se reunir às segundas. Arlindo Chinaglia (PT-SP) alega que, nas quintas, os encontros atrapalham as sessões da Câmara.

Fato novo. O ministro José Temporão (Saúde) analisaria com a equipe do ministério, na noite de ontem, contraproposta enviada pelo laboratório Merck na sexta para a ameaça de quebra de patente do anti-retroviral Efavirenz. O eventual anúncio da quebra seria feito hoje.

Onde pega. A despeito das arestas ainda existentes, as centrais apostam que chegarão a um consenso para os termos da medida provisória de sua oficialização e partilha do imposto sindical. O mais difícil, acreditam, será aprovar o texto no Congresso. Uma proposta semelhante já foi rejeitada pelos parlamentares.

Outro lado. Os deputados estaduais Ênio Tatto e Vicente Cândido dizem ter entrado em acordo com a tesouraria do PT paulista sobre seus "dízimos" atrasados. Alegam que despesas que tiveram com advogados em causas relacionadas com o partido serviram para abater as dívidas.

Tiroteio

"Podem criticar o rebolado da Gretchen, mas a única dança que o PPS não tolera é a da Angela Guadagnin: a dança da pizza".
Do presidente do PPS, ROBERTO FREIRE, sobre a anunciada candidatura da cantora a prefeita de Itamaracá (PE) pelo partido.

Contraponto

Língua de fogo

Reunidos em almoço no Rio, um grupo de magistrados discutia a mudança de nome do PFL. Um dos presentes lembrou da nova alcunha de "demos", o que despertou a curiosidade de Caputo Bastos, ministro do TSE:
-Mas quem sugeriu o nome Democratas?
-Parece que foi o Antonio Lavareda-, respondeu o juiz e deputado federal Flávio Dino (PC do B-MA).
No outro extremo da mesa, algum semi-atento gritou:
-Labareda?
Dino, que se referia ao sociólogo e consultor dos "demos", achou melhor parar por ali:
-Mudemos de assunto. Esse papo está muito infernal!


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