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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Primeiro passo
O DEM reúne hoje seus representantes na CPI do
Apagão Aéreo da Câmara para traçar o mapa da guerra juntamente com o GAT (Grupo de Assessoramento
Técnico), criado para municiar a bancada.
O trabalho de suporte aos deputados será coordenado pelo delegado e ex-parlamentar Moroni Torgan
(CE), que foi membro da CPI do Narcotráfico. São
três linhas de investigação que os ex-pefelistas vão
perseguir: problemas relativos ao controle aéreo, irregularidades na Infraero e relação das empresas aéreas com o consumidor. "Vamos mostrar que o governo fez cosmetologia nos aeroportos em vez de investir
em melhoria do sistema de controle de tráfego", afirma o líder do DEM, Onyx Lorenzoni (RS).
Integrado. Marcelo Castro
(PI) tornou-se o peemedebista mais cotado para relatar a
CPI do Apagão Aéreo por ser,
na descrição de um correligionário, o "anti-Serraglio". Ou
seja: não haveria risco de Castro se entusiasmar com investigação e colocar o governo
em maus lençóis, como fez o
relator da CPI dos Correios.
Pente fino. PT e PMDB
decidiram adiar para hoje a
indicação de seus membros
na CPI com o objetivo de obter dos deputados cotados garantia de presença em todas
as sessões. Os parceiros acreditam que só assim o governo
terá uma "defesa articulada"
ao longo da investigação. Na
definição de um petista, é preciso "discutir o conjunto".
Nem te ligo. Antes de ser
escolhido para o Ministério
das Ações de Longo Prazo,
Roberto Mangabeira Unger
costumava telefonar dia sim e
outro também para o vice-presidente José Alencar. Porém, desde que a indicação
saiu, o professor de Harvard
não fez sequer uma ligação
para o companheiro de PRB.
Cada um... O PMDB do Senado não quer ouvir falar de
Luiz Paulo Conde na presidência de Furnas. A ala do
partido capitaneada por José
Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL) fez saber aos colegas
da Câmara que cada grupo
tem seus espaços definidos, e
que o Ministério das Minas e
Energia pertenceria à cota
dos senadores. Não é certo
que Lula vá lhes dar ouvidos.
...por si. Do mesmo modo,
os senadores do PMDB trabalham para deixar ao relento o
ex-deputado Moreira Franco,
enquanto o presidente da sigla, Michel Temer, tenta lhe
arranjar algo na BR Distribuidora. Menos a presidência da
empresa, que ficará com o petista José Eduardo Dutra.
Afinidades. Os demais
participantes já notaram: os
presidentes do PT, Ricardo
Berzoini, e do PMDB, Michel
Temer, sentam sempre lado a
lado nas reuniões semanais
do Conselho Político de Lula.
Superposição. O Conselho
Político voltará a se reunir às
segundas. Arlindo Chinaglia
(PT-SP) alega que, nas quintas, os encontros atrapalham
as sessões da Câmara.
Fato novo. O ministro José Temporão (Saúde) analisaria com a equipe do ministério, na noite de ontem, contraproposta enviada pelo laboratório Merck na sexta para
a ameaça de quebra de patente do anti-retroviral Efavirenz. O eventual anúncio da
quebra seria feito hoje.
Onde pega. A despeito das
arestas ainda existentes, as
centrais apostam que chegarão a um consenso para os termos da medida provisória de
sua oficialização e partilha do
imposto sindical. O mais difícil, acreditam, será aprovar o
texto no Congresso. Uma proposta semelhante já foi rejeitada pelos parlamentares.
Outro lado. Os deputados
estaduais Ênio Tatto e Vicente Cândido dizem ter entrado
em acordo com a tesouraria
do PT paulista sobre seus "dízimos" atrasados. Alegam que
despesas que tiveram com advogados em causas relacionadas com o partido serviram
para abater as dívidas.
Tiroteio
"Podem criticar o rebolado da Gretchen,
mas a única dança que o PPS não tolera
é a da Angela Guadagnin: a dança da pizza".
Do presidente do PPS, ROBERTO FREIRE, sobre a anunciada candidatura da cantora a prefeita de Itamaracá (PE) pelo partido.
Contraponto
Língua de fogo
Reunidos em almoço no Rio, um grupo de magistrados
discutia a mudança de nome do PFL. Um dos presentes
lembrou da nova alcunha de "demos", o que despertou a
curiosidade de Caputo Bastos, ministro do TSE:
-Mas quem sugeriu o nome Democratas?
-Parece que foi o Antonio Lavareda-, respondeu o juiz
e deputado federal Flávio Dino (PC do B-MA).
No outro extremo da mesa, algum semi-atento gritou:
-Labareda?
Dino, que se referia ao sociólogo e consultor dos "demos", achou melhor parar por ali:
-Mudemos de assunto. Esse papo está muito infernal!
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