|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DISTRITO FEDERAL
Governador do PMDB é acusado de desvio de dinheiro público para sua campanha à reeleição no ano passado
Brindeiro sugere ao TSE cassação de Roriz
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, recomendou ao TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) que casse o mandato do
governador do Distrito Federal,
Joaquim Roriz (PMDB), em processo no qual ele é acusado de
desvio de dinheiro público para a
campanha à reeleição, em 2002.
Em outro parecer, Brindeiro sugeriu ao TSE que puna Roriz com
detenção de seis meses a um ano
ou prestação de serviços comunitários por uso de slogan institucional do governo do DF também
na campanha de 2002. A Lei Eleitoral proíbe a promoção pessoal e
prevê essas punições. Esse processo foi movido por três partidos
adversários: PSB, PHS e PV.
No primeiro caso, o Ministério
Público Eleitoral afirma que Roriz
utilizou órgãos públicos e uma
entidade de assistência social, o
ICS (Instituto Candango de Solidariedade), em um esquema
montado para desviar verbas orçamentárias em benefício próprio
e de aliados.
As duas empresas envolvidas,
Adler e Linknet, teriam recebido
dinheiro do ICS pela suposta
prestação de serviços à instituição. Mas, segundo os procuradores eleitorais que realizaram a
apuração, a primeira montou comitês eleitorais de Roriz e de aliados, e a Linknet forneceu carros
para a campanha.
A acusação é extensiva à vice-governadora, Maria de Lourdes
Abadia (PSDB). Por isso, se o parecer de Brindeiro for acolhido
pelo TSE, a cassação também deverá atingi-la.
O tribunal decidirá então se
convocará nova eleição ou se concederá o restante do mandato ao
segundo colocado, Geraldo Magela (PT), que perdeu no segundo
turno por uma diferença pouco
superior a 15 mil votos (cerca de
1% dos votos válidos).
Se o TSE considerar que houve
o desvio de recursos alegado, deverá concluir que Roriz e Abadia
praticaram abusos de poder econômico e político.
Caso Mão Santa
Para Brindeiro, essa ação tem
semelhança com o processo que
resultou na cassação do mandato
do ex-governador do Piauí Francisco de Assis de Moraes Souza, o
Mão Santa, em 2001, e transferiu o
mandato dele para o segundo colocado, Hugo Napoleão, que havia perdido por pequena diferença de votos (3%).
Formalmente, é um recurso
contra a expedição dos diplomas
de Roriz e de Abadia (habilitação
para exercer os cargos de governador e vice). Na prática, a cassação do diploma implicará a perda
dos mandatos.
Esse processo só deverá ser
apreciado pelo plenário do TSE,
composto por sete ministros,
quando tiver pronta outra ação
semelhante, movida pelo PT, e
não há previsão de julgamento. O
próprio Brindeiro fez essa recomendação.
Texto Anterior: Questão agrária: 1ª desapropriação de Lula no RS é suspensa Próximo Texto: Outro lado: Advogado diz que parecer contraria a jurisprudência Índice
|