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Pastagem soma 7,8% da área da Amazônia Legal
DENISE MENCHEN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
A Amazônia Legal ganhou
ontem um banco de dados
que pretende servir como
subsídio para a formulação
de políticas públicas para a
região, formada por Acre,
Amapá, Amazonas, Mato
Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do
Maranhão.
Com nível de detalhamento inédito, o sistema mostra
que as áreas modificadas pelo homem, de 748.698 km2, já
correspondem a 15% do total
da região -as pastagens respondem por 7,8%. Com
3.016.363 km2, a floresta
ocupa 61,07% da área total.
"Essa é uma ferramenta
poderosa para que se conheça um pouco mais dessa região e para orientar as políticas públicas", diz Ricardo
Braga, gerente de Recursos
Naturais do IBGE, responsável pelo produto.
Segundo ele, a escala de
1:250.000, em que 1 cm no
mapa corresponde a 2,5 km
de território, permite uma
abordagem com baixo nível
de generalização.
Os dados começaram a ser
coletados na década de 70 e
foram revisados e atualizados através de imagens de
satélites e trabalhos de campo, realizados por cerca de
20 funcionários do IBGE.
Eles foram a 2.500 pontos de
inventários florestais, regiões de um hectare quadrado onde coletaram a vegetação local e fizeram a medição das árvores com potencial
comercial -aquelas com
mais de 30 centímetros de
diâmetro. Isso permite precisar com bastante credibilidade a ocorrência de determinada espécie de árvore.
A divulgação das informações, segundo afirmou o gerente do IBGE, chegou a ser
questionada pelo Ibama,
pois poderia funcionar como
um "mapa da mina" para os
madeireiros. O órgão, no entanto, acabou dando apoio à
iniciativa.
"Adotamos o critério de
transparência", afirmou Roberto Ricardo Vizentin, diretor de zoneamento territorial do Ministério do Meio Ambiente. "Quanto mais conhecimento o governo e a
sociedade tiverem, mais
condições políticas teremos
para adotar medidas coerentes com o desenvolvimento
sustentável", disse.
Apesar de não ser atualizado constantemente, o banco
de dados permite acompanhar a evolução do desmatamento na região e também
qual é a vegetação mais afetada pelo desmatamento.
O sistema pode ser acessado gratuitamente no site do
IBGE (www.ibge.gov.br).
Os arquivos estão no formato "shape", que demanda
programas específicos para
ser lido.
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