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Juiz afasta superintendente do Incra em SP
Procuradoria apontou problemas em convênio do órgão com cooperativa do MST no Pontal do Paranapanema; cabe recurso
Justiça vê irregularidades no contrato que previa repasse de R$ 191,1 mil à Cocamp; Incra afirma que processo não transitou em julgado
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA
A Justiça Federal determinou o afastamento do superintendente regional do Incra em
São Paulo, Raimundo Pires Silva, por improbidade administrativa. Outros três funcionários do órgão e dois membros
do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra também foram condenados pelo
juiz da 2ª Vara Federal de Presidente Prudente (SP), Newton
José Falcão. Cabe recurso.
A sentença do magistrado se
baseia numa ação do Ministério Público Federal de agosto
de 2003, que apontou irregularidades no convênio que previa
repasse de R$ 191,1 mil para a
Cocamp (Cooperativa dos Assentados da Reforma Agrária
do Pontal do Paranapanema),
cooperativa do MST localizada
em Teodoro Sampaio (SP).
Por suspeitas de irregularidades, a cooperativa teve suas
contas bloqueadas e não pôde
operar. A verba de R$ 191,1 mil
foi anunciada pelo então ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), em visita à
Cocamp, em 2003. À época, a
Justiça impediu a liberação do
dinheiro destinado ao término
do complexo agroindustrial da
cooperativa. A Cocamp já recebeu mais de R$ 8,5 milhões em
verbas públicas desde 1998,
mas nunca chegou a operar.
Criada nos anos 90, ela também foi acusada de cobrar taxas
ilegais dos assentados e desviar
recursos para dirigentes do
MST, como José Rainha Jr.,
que contesta as acusações.
O juiz ordenou que, além do
superintendente regional, outros três funcionários do Incra
deixem os cargos. A assessoria
do Incra em São Paulo disse
que "o processo não está transitado em julgado" e que "foi dada entrada no recurso e está em
análise": "Enquanto não transitar em julgado, a decisão não é
aplicada". A Folha não localizou o superintendente.
Os sem-terra Neuza Paviato
Botelho e José Aparecido Gomes Maia terão suspensos os
direitos políticos por três anos
e serão proibidos, no mesmo
período, de contratar ou receber benefícios fiscais ou verbas
públicas. A reportagem não localizou os dois. A assessoria do
MST não havia comentado o
caso até as 19h30. A assessoria
da Cocamp não foi localizada.
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