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Procuradoria denuncia à Justiça mulher de Paulinho
Elza Pereira é acusada de lavagem de dinheiro por ceder conta para receber R$ 37 mil
Denúncia foi baseada na Operação Santa Tereza, da PF, que investigou supostos desvios no uso de recursos emprestados pelo BNDES
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Federal
em São Paulo denunciou à Justiça, sob acusação de lavagem
de dinheiro, Elza Pereira, mulher do deputado federal Paulo
Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força Sindical.
A Procuradoria fez uma complementação à denúncia (acusação formal) feita em maio de
2008, por conta da Operação
Santa Tereza, da Polícia Federal, que investigou supostos
desvios na aplicação de recursos emprestados pelo BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Segundo a denúncia do Ministério Público, Elza Pereira
permitiu a utilização da conta
da ONG Meu Guri, presidida
por ela, para ocultar uma parcela de valores desviados. João
Pedro de Moura, ex-assessor de
Paulinho acusado de ser um
dos beneficiários dos recursos,
teria depositado R$ 37,5 mil.
A Operação Santa Tereza começou em 2007, com investigação sobre exploração de
prostituição e tráfico de pessoas. Nas interceptações telefônicas autorizadas judicialmente, a PF se deparou com conversas sobre financiamentos públicos, reuniões com políticos e
pagamentos de comissões.
Segundo o Ministério Público, houve fraude em financiamentos do BNDES, um de R$
130 milhões para obras da Prefeitura de Praia Grande e dois
para a rede de lojas Marisa (R$
220 milhões). Os desvios chegariam a R$ 3 milhões.
A PF levantou indícios da
participação de Paulinho, que
chegou a enfrentar processo no
Conselho de Ética na Câmara.
Foi absolvido. Por conta do foro privilegiado do deputado,
um inquérito foi aberto pelo
Supremo Tribunal Federal.
Entre os novos denunciados
está, além de Elza Pereira, Alberto Mourão, ex-prefeito de
Praia Grande (Baixada Santista). O inquérito tramitava no
Tribunal Regional Federal da
3ª Região, por ele ter foro privilegiado até o fim de seu mandato em 2008. Mourão é acusado
de participar de reuniões nas
quais autorizou o desvio de 2%
da verba do financiamento.
A Procuradoria fez novas
acusações contra quatro réus
no processo que já tramita na
2ª Vara Federal Criminal de
São Paulo. João Pedro de Moura, por exemplo, teve nova acusação de lavagem de dinheiro.
Já o advogado Ricardo Tosto,
ex-conselheiro do BNDES nomeado pela Força Sindical, foi
denunciado por lavagem de dinheiro (em 2008 foi por formação de quadrilha e desvio na
aplicação de financiamento).
Segundo a denúncia, o advogado recebeu quatro cheques
da empresa Progus, totalizando
R$ 182 mil. O dinheiro viria dos
financiamentos do BNDES.
A procuradora Adriana Scordamaglia disse não descartar a
participação de algum funcionário do BNDES.
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