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PRECATÓRIOS
Moratória decretada anteontem impediria ajuda a Pernambuco
Senadores querem aprovar
renegociação para Estados
da Sucursal de Brasília
O Senado espera que o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), reveja a decisão
de não honrar títulos de R$ 260 milhões, o que poderia habilitar o Estado a refinanciar o compromisso
com apoio dos cofres federais.
Anteontem, Vasconcelos tornou
nula uma emissão de títulos feita
irregularmente por seu antecessor,
Miguel Arraes, para quitação de
precatórios (dívidas judiciais).
Ao voltar atrás e reconhecer como válida a negociação, o governador poderia renegociar a dívida,
com base em resolução que o Senado poderá aprovar já na próxima
semana.
A proposta de resolução, elaborada pelo senador José Fogaça
(PMDB-RS), permite que a União
assuma dívidas relativas a títulos
emitidos por Estados e municípios
após 95, com o objetivo declarado
de pagar precatórios.
O projeto beneficiará os Estados
de Pernambuco (se Vasconcelos
voltar atrás), Santa Catarina e Alagoas, todos investigados pela CPI
dos Precatórios (96-97) por terem
forjado os precatórios que justificaram o lançamento de títulos.
Pela proposta do Senado, os Estados terão dez anos para pagar à
União a dívida federalizada, desde
que a Justiça considere os títulos
válidos.
A proposta seria votada anteontem em reunião conjunta das comissões de Assuntos Econômicos
e de Constituição e Justiça.
A votação foi adiada por causa da
moratória de Vasconcelos. O líder
do PMDB, Jader Barbalho (PA),
pediu vista (tempo para analisar a
proposta). A votação deverá ocorrer na próxima quarta-feira.
Até lá, Jader espera uma "solução
política" para o problema dos Estados que emitiram títulos de forma irregular. Estão na mesma situação os municípios de Campinas, Osasco e Guarulhos.
Consulta
Para Jader, o governador de Pernambuco tornou a negociação nula porque estava "premido pelo
prazo", já que a dívida vencia naquele dia.
"Ele foi obrigado a fazê-lo para
não ficar inadimplente", disse. "Isso forçou os envolvidos a se sentarem à mesa para negociar."
Uma das alternativas, segundo o
líder, será o governador "retirar" o
decreto de nulidade, e o governo
federal assumir a dívida.
O pernambucano José Jorge
(PFL) afirmou que a nova resolução criará um "novo ambiente",
que favorecerá a revisão da decisão
do governador, já que poderá refinanciar a dívida.
Para Fogaça, Vasconcelos poderia se habilitar ao refinanciamento
da dívida posteriormente, se voltar
atrás ou se for forçado a recuar por
uma decisão judicial.
"Hoje, na prática, ele está impedido de renegociar algo que considerou nulo", disse.
O presidente da CCJ, José Agripino (PFL-RN), disse que a medida
de Vasconcelos se tornou "ineficaz", porque o Banco Central acabou decretando o Estado inadimplente. "O governador queria evitar a inadimplência e ela veio a seguir", disse.
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