|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PESQUISA DATAFOLHA
Para 85% dos paulistanos, a Folha agiu bem ao divulgar o conteúdo das fitas sobre o leilão da Telebrás
Para 58%, FHC agiu mal na privatização
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
da Reportagem Local
A maioria absoluta dos paulistanos (58%)
acha que o presidente Fernando Henrique
Cardoso agiu
mal ao concordar que seu nome fosse usado para
favorecer um dos consórcios que
participava do leilão da Telebrás,
no ano passado.
É o que mostra pesquisa Datafolha feita na terça-feira na cidade de
São Paulo. Foram entrevistadas
1.067 pessoas. A margem de erro é
de três pontos percentuais, para
mais ou para menos.
A avaliação do presidente continua em baixa na capital paulista:
49% acham seu governo ruim ou
péssimo, contra 37% que o consideram regular e 11% que o avaliam
como bom ou ótimo.
No levantamento anterior, feito
em 7 de abril, esses percentuais
eram de 48%, 37% e 13%, respectivamente. Todas as oscilações estão
dentro da margem de erro.
A nota média dada ao governo
FHC pelos paulistanos, entretanto,
caiu de 4,5 (em uma escala de 0 a
10) para 4, entre o dia 28 de janeiro
e anteontem.
Fitas
A pesquisa mostra também um
amplo apoio da população à atitude da Folha de publicar o conteúdo das fitas que resultaram dos
grampos telefônicos ilegais por
meio dos quais foram gravadas as
conversas do presidente.
Para 85% dos paulistanos o jornal agiu bem ao divulgar o conteúdo das fitas. Só 9% acham que a
Folha agiu mal. Há 1% para os
quais a divulgação é indiferente, e
4% que não souberam responder.
As perguntas do Datafolha se referem principalmente à conversa
entre FHC e o então presidente do
BNDES, André Lara Resende, às
vésperas do leilão da Telebrás.
No diálogo "grampeado", o presidente autoriza Resende a usar
seu nome para pressionar a Previ
(fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil) para
entrar no consórcio liderado pelo
Banco Opportunity.
Cerca de metade da população
paulistana (48%) tomou conhecimento do conteúdo das conversas
gravadas. Esse percentual se divide
entre 10% que se consideram bem
informados, 29% que se acham
mais ou menos informados e 8%
que se dizem mal informados.
Desses 48%, a maioria (70%)
acha que o presidente participou
de operação para favorecer alguma
empresa no leilão da Telebrás.
Também por essa razão, a maioria absoluta do total dos paulistanos (inclusive os que não haviam
tomado conhecimento do grampo) é a favor de que seja aberta
uma CPI para investigar a privatização da Telebrás: 82% são favoráveis, 10% são contra, 3% são indiferentes e 5% não sabem.
O percentual dos que condenam
a atitude do presidente é maior
(67%) entre os paulistanos que haviam tomado conhecimento prévio do conteúdo das conversas
grampeadas do que entre os que
ignoravam o assunto (49%).
O fato de o entrevistado ter tido
notícia das conversas gravadas do
presidente e seus auxiliares tem
pouca influência sobre o apoio à
CPI da Telebrás: 84% dos que tomaram conhecimento apóiam a
comissão, contra 80% entre os que
não tomaram conhecimento.
Texto Anterior: Janio de Freitas: A hora do teste Próximo Texto: Saiba qual é a metodologia Índice
|