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Dirceu escuta aliados e descarta criação de novo partido governista
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma articulação que tomou
corpo nas últimas semanas nos
corredores do Congresso parece
ter sido enterrada ontem. O ministro José Dirceu (Casa Civil),
em consulta a líderes dos partidos
da base aliada, descartou a possibilidade de o governo apoiar a alteração na legislação eleitoral para
viabilizar a criação de um novo
partido governista, que seria o
destino de dissidentes da oposição e de parlamentares do PDT.
O diagnóstico foi feito num café
da manhã que reuniu Dirceu e os
líderes na casa do presidente da
Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). Segundo presentes, Dirceu
deu o caso como encerrado ao ouvir a opinião dos líderes Roberto
Jefferson (PTB-RJ), Eduardo
Campos (PSB-PE), Valdemar
Costa Neto (PL-SP) e Pedro
Henry (PP-MT).
O novo partido era uma das opções estudadas para resolver a
questão do ministro Miro Teixeira (Comunicações), que pertence
a um PDT cada vez mais oposicionista, apesar de ainda constar oficialmente da base aliada.
O novo partido abrigaria ainda
os oito ex-tucanos que se desligaram da legenda na semana passada e dissidentes do PFL.
Os defensores da idéia queriam
que a legislação eleitoral fosse alterada para que o novo partido tivesse tempo de TV e direito a recursos do fundo partidário.
Ainda segundo presentes no café da manhã, Dirceu apresentou a
idéia como sendo de Miro Teixeira e de cerca de 35 deputados.
O petebista Jefferson classificou
a proposta de casuísta e a comparou à alteração constitucional de
1997 que permitiu ao então presidente Fernando Henrique Cardoso disputar a reeleição. Na época,
o PTB apoiou a emenda.
A oposição à proposta se deve
ao fato de que, se a alteração fosse
aprovada, os partidos poderiam
ser prejudicados futuramente,
com possíveis rachas internos.
Os governistas acreditam que o
número de deputados que pretendem migrar para a base do Planalto deve cair. E que esses neogovernistas devem encontrar abrigo
nos partidos da base aliada.
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