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PT X PT
Senador pede "calma" a colega; partido exige gesto de conciliação da petista
Suplicy tenta reverter no PT punição contra Helena
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao manifestar publicamente
seu sentimento de "mal-estar" como integrante da bancada do PT
no Senado após o afastamento de
Heloísa Helena (AL), Eduardo
Suplicy recebeu uma série de telefonemas de estrelas petistas -entre elas o ministro Antonio Palocci Filho- e conseguiu criar clima
político para rediscutir a situação
da senadora na próxima semana.
Da tribuna do Senado, Suplicy,
ao informar que, em conversa
com o líder da bancada, Tião Viana (AC), havia confirmado a nova
reunião, pediu "calma" a Heloísa
Helena, lembrando que ela às vezes "bate fortemente" no governo
e que, em alguns momentos, é necessário amadurecer posições no
debate interno do partido.
O clima, porém, parece não ser
tão tranquilo como Suplicy informou na tribuna ontem, quase comemorando a conquista ao cantar, no final do discurso, o hino do
Santos Futebol Clube -que à
noite perdeu a final da Copa Libertadores da América para o argentino Boca Juniors.
"Nós vamos debater, como sempre fizemos no partido. Mas
não há decisão a reconsiderar, a
menos que ela [Heloísa Helena]
assuma o compromisso de votar
com o partido", afirmou Viana.
O mesmo compromisso cobrou
o presidente do PT, José Genoino,
que esteve ontem de manhã no
gabinete de Suplicy.
"Eu disse ao senador que ela
precisa fazer um gesto de conciliação com o PT e com a bancada,
assumindo publicamente que
acatará as decisões tomadas pelo
partido", declarou Genoino.
Ainda no plenário, recém-chegada de Salvador, onde acompanhou uma programação do PT estadual, Heloísa Helena disse
que pode ter "defeitos" e por vezes haver cometido "exageros",
mas que está com a consciência
tranquila sobre seus posicionamentos políticos, que teriam respaldo no estatuto do partido.
Em seguida, fez um apelo, justamente na linha que o líder Viana
quer evitar: "Pelo amor de Deus:
não peçam para eu ser cínica e
dissimulada, para votar algo que
eu nem sei como vai chegar a essa
Casa", numa referência ao projeto
de reforma da Previdência.
Informada pela imprensa de
que Viana descartara a possibilidade de rever seu afastamento, a
não ser por uma determinação de
instâncias superiores do PT, a senadora disse que, então, não haveria razão para o novo encontro.
"Para quê?", questionou.
Na terça-feira, o líder Viana
convocou a reunião da bancada
que concluiu, por oito votos a
quatro, pelo afastamento da senadora. O PT tem 14 senadores.
O deputado Tarcísio Zimmermann (PT-RS) e a senadora Ana
Júlia Carepa (PT-PA) organizaram um ato de solidariedade a
Heloísa Helena.
O ato reuniu 13 deputados, três
senadores (contando com Helena) e representantes de 13 entidades sindicais, em sua maioria de
servidores.
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