São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

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Vereadores reclamam de ter nome citado em lista de ONG

CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A divulgação da lista de parlamentares com ações na Justiça e no Tribunal de Contas, feita nesta semana pela ONG Transparência Brasil, provocou indignação dos 13 vereadores de São Paulo citados. Pela relação, nove tiveram rejeitadas as prestações de contas de campanhas passadas e quatro foram acusados de improbidade administrativa.
O vereador Jooji Hato (PMDB) disse à Folha que vai processar a Transparência Brasil por difamação. "Vou processar essa ONG, que está me causando um enorme prejuízo moral, familiar e eleitoral."
Hato explicou que suas contas foram rejeitadas por problemas formais. "A gráfica emitiu nota fiscal com data anterior à saída do CNPJ, mas foi tudo pago com cheque eleitoral e declarado", justificou. O vereador é a favor da impugnação da candidatura dos que tenham condenações criminais.
Também alegaram "problemas formais" na prestação de contas os petistas Francisco Chagas, Antonio Donato, Senival Moura e Beto Custódio, o pedetista Claudio Prado e o tucano Juscelino Gadelha.
Carlos Apolinário (DEM), investigado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) por suposto abuso de poder econômico, também partiu para o ataque. Ele publicou nota acusando a ONG de demagogia.
"Por se achar honesta, coloca na internet críticas generalizadas contra todos os políticos, como se fossem paladinos da moralidade", escreveu Apolinário. O vereador exigiu a divulgação dos doadores da ONG.
Para o diretor-executivo da Transparência Brasil, Claudio Abramo, as acusações são reflexo do "desespero". Ele avisou que publicará os financiadores da ONG. O vereador Agnaldo Timóteo (PR) se irritou com a informação de que foi condenado pelo TCU a restituir um empréstimo de R$ 7.000 do extinto Instituto Previdenciário dos Congressistas. "O caso foi arquivado há mais de um ano", explicou ele.
Myryam Athie (PDT), acusada pelo Ministério Público de tráfico de influência, reclamou da morosidade da Justiça. "Faz cinco anos que o processo está na 3ª Vara. A morosidade faz com que eu não possa me defender", afirmou. Athie acha que as "listas sujas" violam a presunção de inocência.
O petista Arselino Tatto (PT), alvo de uma ação por improbidade administrativa, faz coro. "Ninguém é culpado antes de trânsito em julgado", alertou. Os vereadores Antonio Carlos Rodrigues (PR) e Ricardo Teixeira (PSDB) não ligaram de volta.


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