São Paulo, sexta, 3 de julho de 1998

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SUCESSÃO
Ala governista do PMDB faz manifestação pró-reeleição no Senado
FHC diz a peemedebistas que defenderá "cores" tucanas

da Sucursal de Brasília

Cercado de políticos peemedebistas, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que vai "respeitar" as candidaturas regionais dos partidos aliados, mas não escondeu que fará campanha pelos tucanos.
"O presidente não vai esconder nunca as cores do seu partido porque seria indigno", afirmou FHC. "Mas saberá respeitar e compreender as situações regionais", acrescentou.
O discurso foi feito durante o ato pró-reeleição promovido pela ala governista do PMDB, que ocorreu no Senado. O partido não declarou apoio oficial a FHC, mas a ala governista continua com o status de integrante informal da aliança.
Estavam com FHC peemedebistas que disputam governos estaduais com tucanos. Entre eles Joaquim Roriz, que disputa com José Roberto Arruda, no Distrito Federal, e Newton Cardoso, vice da chapa de Itamar Franco, adversário do tucano Eduardo Azeredo, em Minas Gerais.
O presidente disse que, ao assumir a candidatura pela reeleição, tem a responsabilidade de não utilizar a máquina do governo e o prestígio decorrente do cargo.
"Quem sabe respeitar as diferenças regionais, sabe que nem de longe pode utilizar a máquina, nunca. Nem mesmo o prestígio de uma forma que esmague aqui ou ali", disse ele.
Após ouvir sete discursos, FHC pediu que os candidatos deixem o "sectarismo". "Não se governa um país como o Brasil, tão grande e diferenciado, com sectarismo."
FHC foi interrompido pela feirante Antonia Silva, de Brasília, que do centro do auditório gritou que o admirava e queria ver Roriz eleito governador.
Candidatos a governos estaduais do PMDB disseram ontem que o presidente não deve visitar os Estados onde os partidos aliados (PSDB, PFL, PPB e PTB, além dos "nanicos" PSD e PSL) não estão coligados na eleição estadual.
Eles preferem a ausência de FHC em seus palanques à presença do presidente na campanha também de seus adversários. Somente em sete Estados, os partidos da aliança de FHC não são adversários na eleição para o governo: Amapá, Rio Grande do Sul, Alagoas, Paraíba, Paraná, Ceará e Amazonas.
Na Bahia e no Maranhão, o presidente já decidiu que subirá ao palanque pefelista. Nos dois casos, o PSDB não lançou candidato próprio e se aliou a outras coligações.
O senador Mauro Miranda (GO), ligado ao candidato Iris Rezende, afirmou que FHC deverá subir ao palanque do PMDB em Goiás. "É natural que vá. Na Bahia, ele vai apoiar o PFL e, em Goiás, o PMDB", disse o senador. Iris disputa o governo com o tucano Marconi Perillo, que tem apoio do PFL, PTB e PPB.
No Distrito Federal, Roriz pede neutralidade. "Basta não subir em nenhum palanque. Eu farei esforço para transferir todos os meus votos para ele (FHC)."



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