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SÃO PAULO
Governador batiza usina de "Sérgio Motta"
Covas visita última
obra antes de licença
CLÁUDIA TREVISAN
enviada especial a Rosana
O governador Mário Covas fez
ontem a última visita a uma obra
de sua gestão antes de se licenciar do cargo, na segunda-feira.
Covas esteve na hidrelétrica de
Porto Primavera, que não pode
entrar em funcionamento em razão de uma medida liminar.
Sem poder inaugurar a usina,
Covas dedicou-se a atividades
paralelas. Assinou decreto que
muda o nome da obra para
"Usina Hidrelétrica Sérgio Motta", acompanhou o enchimento
do canal da eclusa, sancionou a
lei que retira o status de reserva
ecológica das áreas que serão
inundadas e assinou decreto
criando outra reserva.
A lei, aprovada terça-feira pela
Assembléia Legislativa, é considerada essencial para permitir a
suspensão da liminar. A nova reserva, chamada Parque Estadual
do Aguapeí, é uma compensação
pela área que será inundada.
O secretário da Energia, Andrea Matarazzo, acredita que em
15 dias o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis)
poderá dar a licença para o funcionamento da usina, o que permitiria a suspensão da liminar.
A visita teve toques de campanha política. Um grupo de pessoas carregava bandeiras com os
dizeres "Covas governador" e
"Covas, nesse eu confio". Outras usavam adesivos nas roupas
e bonés com o nome de Covas.
A partir de amanhã, nenhum
candidato ao Poder Executivo
poderá participar de inaugurações de obras públicas.
Covas foi evasivo ao responder
se pretende visitar as obras depois que elas forem inauguradas
-uma hipótese em estudo no
comando de sua campanha.
"Não pretendo nem deixo de
pretender", afirmou. Antes, ele
havia dito que poderia ir antes
ou depois da inauguração. "Eu
vou ter muito gosto em ver cada
uma delas, se puder ver."
Obra de 18 anos
A usina de Porto Primavera começou a ser construída há 18
anos. Deveria ter ficado pronta
em 86, mas a obra foi interrompida várias vezes.
O presidente da Cesp, Guilherme Cirne de Toledo, diz que é
impossível saber ao certo quanto
o Estado gastou nesse período.
Segundo ele, o valor contábil
da usina é R$ 9 bilhões, mas isso
não significa que esse é o seu
custo. Nesse valor estão embutidas, por exemplo, estimativas de
quanto a Cesp deixou de ganhar
por ter investido na usina e não
em outro empreendimento.
A expectativa do governo é que
até o fim do ano entrem em funcionamento 3 das 18 turbinas,
que vão gerar 300 MW de energia, o suficiente para uma cidade
de 700 mil habitantes.
A repórter Cláudia Trevisan viajou a convite
da Secretaria da Energia
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