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Fábrica inaugurada por FHC é alvo de protesto
DO ENVIADO ESPECIAL A ARACRUZ (ES)
Cerca de 300 manifestantes, incluindo dez índios tupiniquins, fizeram durante todo o dia de ontem uma manifestação de protesto em frente à fábrica da Aracruz
Celulose, cuja obra de ampliação
foi inaugurada pelo presidente
Fernando Henrique Cardoso.
Liderada por ONGs (organizações não-governamentais) ambientalistas, pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra), pelo Movimento dos
Pequenos Agricultores e com a
participação de militantes do
PSTU, a manifestação foi um protesto contra a fábrica e a expansão
das plantações de eucalipto (matéria-prima para a celulose).
Segundo os manifestantes, o eucalipto reduz a disponibilidade de
terras para a agricultura familiar.
Os índios pediam a devolução de
terras pela empresa.
FHC não chegou a passar pelos
manifestantes. Ele foi de Vitória
para Aracruz de helicóptero. O
ônibus que o conduziu ao local da
solenidade não passou pelo portão principal da fábrica, onde estavam os manifestantes.
O diretor de Relações Institucionais e de Meio Ambiente da
Aracruz Celulose, Carlos Alberto
Roxo, afirmou que na quinta-feira a empresa fechou um acordo
com representantes das cinco aldeias tupiniquins e guaranis existentes na área.
Segundo ele, pelo acordo os índios passarão a receber anualmente R$ 1,2 milhão da empresa.
Até agora, eles estavam recebendo R$ 800 mil.
Roxo disse que o cacique Antonino, que liderava os índios presentes à manifestação, foi um dos
signatários do acordo. O cacique
afirmou que não ficou satisfeito
com o acordo e preferia a devolução das terras que, segundo ele,
chegam a 10,5 mil hectares.
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