São Paulo, sábado, 03 de agosto de 2002

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Fábrica inaugurada por FHC é alvo de protesto

DO ENVIADO ESPECIAL A ARACRUZ (ES)

Cerca de 300 manifestantes, incluindo dez índios tupiniquins, fizeram durante todo o dia de ontem uma manifestação de protesto em frente à fábrica da Aracruz Celulose, cuja obra de ampliação foi inaugurada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
Liderada por ONGs (organizações não-governamentais) ambientalistas, pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), pelo Movimento dos Pequenos Agricultores e com a participação de militantes do PSTU, a manifestação foi um protesto contra a fábrica e a expansão das plantações de eucalipto (matéria-prima para a celulose).
Segundo os manifestantes, o eucalipto reduz a disponibilidade de terras para a agricultura familiar. Os índios pediam a devolução de terras pela empresa.
FHC não chegou a passar pelos manifestantes. Ele foi de Vitória para Aracruz de helicóptero. O ônibus que o conduziu ao local da solenidade não passou pelo portão principal da fábrica, onde estavam os manifestantes.
O diretor de Relações Institucionais e de Meio Ambiente da Aracruz Celulose, Carlos Alberto Roxo, afirmou que na quinta-feira a empresa fechou um acordo com representantes das cinco aldeias tupiniquins e guaranis existentes na área.
Segundo ele, pelo acordo os índios passarão a receber anualmente R$ 1,2 milhão da empresa. Até agora, eles estavam recebendo R$ 800 mil.
Roxo disse que o cacique Antonino, que liderava os índios presentes à manifestação, foi um dos signatários do acordo. O cacique afirmou que não ficou satisfeito com o acordo e preferia a devolução das terras que, segundo ele, chegam a 10,5 mil hectares.



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