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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA
Candidato tucano afirmou na semana passada que adotaria projeto, se fosse eleito
Marta se adianta a Serra na distribuição de remédios
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
ANTONIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
A prefeita Marta Suplicy (PT)
tomou a frente do candidato José
Serra à Prefeitura de São Paulo e
vai implementar, até o final do
mês, de forma experimental, um
programa de entrega de medicamentos em casa, por meio dos
Correios. Na semana passada, o
candidato tucano declarou que, se
eleito, irá adotar essa prática.
O presidente do diretório municipal do PSDB, deputado estadual
Edson Aparecido, elogiou a atitude da Prefeitura de São Paulo,
mas questionou o momento em
que o projeto é lançado. "Se é possível fazer já, a população será beneficiada", declarou.
Porém, afirmou que "implantar
às vésperas da eleição, sempre gera questionamentos". E acrescentou que "boa parte das obras da
prefeitura concentraram-se em
ano eleitoral, o que tira um pouco
o mérito". Para Serra, "apesar de
ser uma idéia do PSDB, é uma boa
[o uso da proposta pelo PT]. Não
acho que a gente perca votos por
causa disso".
A assessoria de imprensa da
campanha de Marta Suplicy negou que o lançamento do projeto
tenha caráter eleitoreiro. De acordo com a assessoria, a disposição
de adotar a distribuição de remédios pelos Correios está expressa
no programa de governo da candidata. O documento foi lançado
dia 26 de junho, na convenção
municipal do partido, que homologou a candidatura de Marta.
Embora o programa da petista
trate do assunto como uma promessa -"pacientes receberão
medicamentos pelo correio", diz
o texto -a prefeitura resolveu
adotá-lo imediatamente. O coordenador financeiro-orçamentário da Secretaria Municipal da
Saúde, Walter Cintra, disse que
desde o ano passado a prefeitura
vem desenvolvendo estudos para
pôr em prática o projeto.
Cintra afirmou que, em princípio, a distribuição atingirá 39
Unidades Básicas de Saúde
(UBSs) - oito destinadas ao
atendimento de idosos e uma unidade em cada subprefeitura. "Começaremos pelos pacientes que
sofrem de hipertensão", adiantou
o coordenador.
Intercâmbio
Para implantar o programa, a
Prefeitura de São Paulo tem trocado informações com a Prefeitura
do Rio. O Remédio em Casa, da
prefeitura carioca, teve início em
janeiro de 2002. O secretário da
Saúde, Ronaldo Cezar Coelho,
afirmou que a idéia do projeto
surgiu de um projeto do Ministério da Saúde que não saiu do papel. "Levei para os técnicos discutirem o documento do ministério
e eles me disseram que o programa deveria ser feito localmente",
disse Coelho.
Segundo o secretário, o custo do
envio de cada remédio é de R$
5,90, incluindo as despesas com
funcionários, etiquetas e estoque.
Estavam cadastrados no projeto
181 mil pacientes e, até 30 de julho,
já haviam sido enviadas 353 mil
remessas pelo correio desde 2002,
sendo 45 mil em julho deste ano
Dia 18, Serra reuniu-se com o
prefeito Cesar Maia (PFL), no Rio,
e lhe disse que, se eleito, adotaria a
mesma prática do pefelista.
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