São Paulo, terça-feira, 03 de agosto de 2004

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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA

Candidato tucano afirmou na semana passada que adotaria projeto, se fosse eleito

Marta se adianta a Serra na distribuição de remédios

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

ANTONIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

A prefeita Marta Suplicy (PT) tomou a frente do candidato José Serra à Prefeitura de São Paulo e vai implementar, até o final do mês, de forma experimental, um programa de entrega de medicamentos em casa, por meio dos Correios. Na semana passada, o candidato tucano declarou que, se eleito, irá adotar essa prática.
O presidente do diretório municipal do PSDB, deputado estadual Edson Aparecido, elogiou a atitude da Prefeitura de São Paulo, mas questionou o momento em que o projeto é lançado. "Se é possível fazer já, a população será beneficiada", declarou.
Porém, afirmou que "implantar às vésperas da eleição, sempre gera questionamentos". E acrescentou que "boa parte das obras da prefeitura concentraram-se em ano eleitoral, o que tira um pouco o mérito". Para Serra, "apesar de ser uma idéia do PSDB, é uma boa [o uso da proposta pelo PT]. Não acho que a gente perca votos por causa disso".
A assessoria de imprensa da campanha de Marta Suplicy negou que o lançamento do projeto tenha caráter eleitoreiro. De acordo com a assessoria, a disposição de adotar a distribuição de remédios pelos Correios está expressa no programa de governo da candidata. O documento foi lançado dia 26 de junho, na convenção municipal do partido, que homologou a candidatura de Marta.
Embora o programa da petista trate do assunto como uma promessa -"pacientes receberão medicamentos pelo correio", diz o texto -a prefeitura resolveu adotá-lo imediatamente. O coordenador financeiro-orçamentário da Secretaria Municipal da Saúde, Walter Cintra, disse que desde o ano passado a prefeitura vem desenvolvendo estudos para pôr em prática o projeto.
Cintra afirmou que, em princípio, a distribuição atingirá 39 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) - oito destinadas ao atendimento de idosos e uma unidade em cada subprefeitura. "Começaremos pelos pacientes que sofrem de hipertensão", adiantou o coordenador.

Intercâmbio
Para implantar o programa, a Prefeitura de São Paulo tem trocado informações com a Prefeitura do Rio. O Remédio em Casa, da prefeitura carioca, teve início em janeiro de 2002. O secretário da Saúde, Ronaldo Cezar Coelho, afirmou que a idéia do projeto surgiu de um projeto do Ministério da Saúde que não saiu do papel. "Levei para os técnicos discutirem o documento do ministério e eles me disseram que o programa deveria ser feito localmente", disse Coelho.
Segundo o secretário, o custo do envio de cada remédio é de R$ 5,90, incluindo as despesas com funcionários, etiquetas e estoque. Estavam cadastrados no projeto 181 mil pacientes e, até 30 de julho, já haviam sido enviadas 353 mil remessas pelo correio desde 2002, sendo 45 mil em julho deste ano
Dia 18, Serra reuniu-se com o prefeito Cesar Maia (PFL), no Rio, e lhe disse que, se eleito, adotaria a mesma prática do pefelista.


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