|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
No Congresso, oposição quer convocar
presidentes; governo mostra números
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O primeiro dia no Congresso
depois do recesso de julho foi
marcado por críticas, pedidos de
demissão e ameaças de apresentação de requerimentos para convocar o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco do Brasil, Cássio
Casseb, a dar explicações sobre
denúncias de evasão de divisas e
sonegação fiscal. O governo tentou se defender apresentando números positivos da economia.
O PFL também entrou ontem
com representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) denunciando irregularidade na aquisição dos ingressos pelo BB e solicitando a suspensão do repasse do
fundo partidário para o PT por
um ano, pena prevista em lei.
O partido também anunciou
que entrou com uma notícia-crime na Procuradoria Regional da
República contra Casseb, acusando-o, entre outros, de emprego irregular de verbas públicas.
Além dessas ações, os pefelistas
pediram a demissão do presidente do BB e da diretoria do banco
devido à aquisição de R$ 70 mil
em ingressos de um show da dupla Zezé Di Camargo e Luciano,
cuja renda teria sido revertida para a compra de nova sede do PT.
Casseb chegou a admitir que a
compra foi um "erro". Ontem,
nem a assessoria do BC nem a do
do BB comentaram as ações.
O senador Eduardo Suplicy
(PT-SP) passou o dia de ontem
articulando a ida de Meirelles à
CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado hoje ou
amanhã, antecipando-se à aprovação de convite pelos senadores.
Suplicy chegou a falar com Antonio Palocci Filho (Fazenda) ontem, no início da noite, sobre o assunto, que concordou sobre a ida
ao Senado e ficou de conversar
com Meirelles sobre o assunto.
O Senado só tem poder de convocar ministros. Nos demais casos, só é possível requerimentos
de convite que, mesmo assim,
precisam ser votados.
Tanto Meirelles quanto Casseb
enfrentam um desgaste por conta
de denúncias que estão surgindo
há mais de uma semana.
O presidente do BC, por exemplo, deveria ser convidado a depor no Senado sobre o fato de ter
declarado domicílio eleitoral diferente do seu domicílio fiscal. Ele
também teria feito operações para
fugir do pagamento de imposto
ao transferir um imóvel de uma
empresa sua para o seu nome.
Já o presidente do BB, além da
compra dos ingressos, não teria
declarado ao fisco que possuía
duas contas nos EUA.
Na mesma onda de denúncias
publicadas na imprensa nos últimos dias, o diretor de Política
Monetária do BC Luiz Augusto
Candiota pediu demissão do cargo na última quarta-feira. Sua decisão ocorreu em decorrência de
reportagem publicada pela revista
"IstoÉ" que afirmava que Candiota deixou de declarar à Receita
contas mantidas no exterior.
Segundo o líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o Senado deveria se concentrar na votação de projetos que
dariam sustentabilidade ao crescimento econômico, como o das
Parcerias Público-Privadas.
O presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), evitou comentários, mas diz acreditar que
os trabalhos não serão afetados.
Texto Anterior: Meirelles se cala e executivo lembra Revolução Francesa Próximo Texto: Frases Índice
|