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TODA MÍDIA
Eufóricos e insatisfeitos
Nelson de Sá
Do "Valor", ontem:
- Desde que tomou
posse, Lula não pára de falar.
Em 576 dias, foram 480 pronunciamentos. Quase um por dia.
Conseguiu bater FHC, que não
era de falar pouco.
E Lula falou, de novo. Foi estimulado pelo chanceler Celso
Amorim, que ligou para ele de
Genebra e teria afirmado, sobre
o acordo na Organização Mundial do Comércio: "Presidente,
ganhamos tudo".
Então Lula saiu falando, pelos
canais de notícias:
- Conseguimos sensibilizar
corações e mentes americanas e
européias e o subsídio já não é
um entrave tão grande.
Com ele foi a Globo, com a
avaliação no Bom Dia Brasil de
que "a vitória é histórica". De
que, "tudo bem, há detalhes que
mostram que nem tudo é tão
bom, mas conseguir dos países
ricos esses compromissos é um
fato histórico".
Devagar, avisaram editoriais
pelo mundo. Não se lia ontem
uma opinião de jornal ou revista
em que o elogio não viesse seguido de um "mas".
Para o "Financial Times", "o
acordo é importante", mas foi
um "milagre menor", um "modesto e tardio avanço na longa
marcha para a liberalização dos
mercados globais":
- O grande avanço foi obter o
compromisso da União Européia, de eliminar seus subsídios,
e deitar as bases para futuras reduções no inchado apoio das
nações ricas à agricultura.
O "Le Monde" questionou que
seja "histórico". Disse que, "se
foi alcançado um acerto com
vistas a abandonar as subvenções agrícolas, se foi aceita pelos
menos ricos a liberalização das
trocas industriais e de serviços",
faltou um "calendário".
O "Guardian" avisou que, embora seja "notícia muito boa que
os países ricos tenham concordado em acabar com subsídios",
a "euforia inicial pode se provar
prematura". De novo, o problema é o calendário.
A "Economist" adiantou opinião no site, dizendo que "a essência é que os países ricos vão
eliminar ou reduzir toda uma
carga de subsídios", o que "é
sem dúvida um avanço":
- Contudo, falta negociar detalhes do acordo.
Mais euforia, só mesmo no
mundo "em desenvolvimento".
Para o "Economic Times", "é
uma vitória maior conseguir
disciplina dos países desenvolvidos em suas subvenções". E o
jornal indiano resume:
- Todos os lados conseguiram "o mesmo grau de insatisfação", que indica um compromisso justo.
OUTRAS TELAS
www.luizaerundina.com.br/www.martaprefeita.com.br
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Alguém tem que
acordar, na campanha
tucana. Foi preciso
uma semana de Marta Suplicy nos outdoors de São Paulo, com o slogan "Uma mulher de coragem", para surgirem finalmente os do sorridente José Serra, "O prefeito
da gente".
E agora é na web. Ainda com problemas técnicos, a
campanha petista lançou ontem seu site, com seções
abordando "as realizações em 23 bairros" e "gráficos e
textos didáticos sobre questões como a dívida inflada pela política de juros altos do governo FHC".
Em se tratando de Duda Mendonça, destaque para o
jingle on line, que prioriza a "mulher de coragem", num
esforço para mitigar a imagem agressiva da prefeita. A
música diz que "uma cidade assim precisa de uma guerreira", "que tem garra" etc.
Antes de Marta na web -e melhor- só Luiza Erundina, cuja página destaca "notícias" como o ataque às taxas
de lixo e luz, além de seções como um "túnel do tempo"
sobre sua gestão como prefeita. O melhor é a janela
"Prestação de contas",
sobre as doações feitas à
campanha. Mas ainda é
preciso esperar mais
-ou cobrar. No ar está
só a palavra "modelo".
Das doações, nada.
Operação
No JN e no Jornal da Record,
saíram em defesa de Henrique
Meirelles, presidente do Banco
Central, o ministro Márcio Thomaz Bastos e o líder petista Aloizio Mercadante.
Quanto ao próprio, ele "conversou com Míriam Leitão". As
explicações correram pelas várias Globos. Na CBN, a comentarista avaliou as explicações como convincentes.
A mais rápida
Fora das Globos, Meirelles não
tocou nas denúncias. Falou da
retomada econômica, "a mais
rápida" em anos.
A hora
Às vésperas do debate na
Band, o JN finalmente entrou na
cobertura regular da campanha
e deu até manchete:
- A hora das entrevistas: candidatos apresentam propostas
nas emissoras da Globo.
PT fora
Do nada, à tarde, surgiu uma
nota na Globo On Line:
- Segundo um ministro político, o Planalto estuda tirar quatro petistas, entre eles Marina
Silva e Olívio Dutra, para acomodar grupos de aliados.
Ficou uma interrogação sobre
o tal "ministro político".
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