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Dono de firma que passou R$ 6 mi de Valério ao PL quer "contar o que sabe"
CATIA SEABRA
FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Dono da Guaranhuns Empreendimentos, o operador José
Carlos Batista estuda a possibilidade de contar o que sabe em troca de redução ou extinção de pena. A Guaranhuns foi destinatária
de pelo menos R$ 6,3 milhões saídos das contas do empresário
Marcos Valério de Souza.
Segundo Ricardo Sayeg, advogado de Batista, "uma das hipóteses é a delação premiada", artifício legal que assegura benefícios a
quem colaborar com a Justiça.
Numa lista apresentada por Valério à Polícia Federal, a Guaranhuns aparece como beneficiária
de R$ 6.364.160,67, dos quais mais
de R$ 6 milhões repassados ao ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas.
Outros R$ 326,6 mil teriam sido
endereçados ao ex-diretor de
marketing do Banco do Brasil
Henrique Pizzolato.
Ontem, Batista não quis confirmar as operações, nem se conhece
os beneficiados. Por orientação
do advogado, Batista, que abriu
uma conta em 2003 para operações de Valério, limitou-se a repetir: "Sou um operador de mercado. Operei para Marcos Valério.
Já solicitei extratos da conta. Chegam, no máximo, em 15 dias".
No sábado, em sua primeira
aparição desde a explosão do caso, Batista disse à Folha que voltaria à "vida normal". Ontem, admitiu que não é tão fácil assim.
"Estou refletindo sobre tudo. Isso
não é normal. Não faço nada por
enquanto. Estou em casa".
Ontem, os dois endereços já declarados como sede da empresa
- incluindo um escritório na
Avenida Paulista - continuavam
vazios. Segundo registro Civil, Batista é presidente da Esfort Trading S/A, com sede no Uruguai e
com 99% da Guaranhuns;
No caso da delação, apenas o
juiz pode decidir pela relevância
da colaboração e conceder os benefícios negociados com o MP.
Também apontada como intermediária de repasses a indicados
pelo PT, a corretora Bonus-Banval informou que não vai se manifestar antes do depoimento de
seus sócios e funcionários à PF.
O advogado da empresa, Antônio Sérgio Pitombo, foi ontem à
Brasília acertar o depoimento de
Enivaldo Quadrado, um dos donos da Bonus-Banval.
Benoni Nascimento de Moura e
Luiz Carlos Mazano, funcionários
da corretora que aparecem entre
os beneficiários, depõem hoje à
tarde. Moura sacou R$ 255 mil de
uma conta da DNA. Já Mazano
-ou um homônimo dele, na versão da Bonus-Banval- retirou
R$ 50 mil de uma conta da SMPB.
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