São Paulo, terça-feira, 03 de setembro de 2002

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DEBATE

Embate entre torcidas, formadas por familiares e partidários, deixou o clima "quente" dentro dos estúdios da Record

Claques de Lula e Ciro se unem contra Serra

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Se no debate os presidenciáveis Ciro Gomes (PPS) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) eram adversários, nos bastidores da TV Record as torcidas dos dois candidatos estavam unidas.
No estúdio do programa de Adriane Galisteu, onde foi instalado um telão para os convidados e familiares, os correligionários do presidenciável do PPS aplaudiam Lula sempre que ele criticava José Serra (PSDB), o candidato do governo, e a torcida organizada do petista vibrava ao ouvir os ataques de Ciro ao tucano.
No início, quando o mediador Boris Casoy fazia as perguntas aos candidatos, José Dirceu, presidente nacional do PT, e Aloizio Mercadante, candidato do partido ao Senado, quase cochilaram. O clima só esquentou quando os candidatos começaram a fazer perguntas uns aos outros.
José Genoino, candidato do PT ao governo de São Paulo, era o líder da claque do partido, também formada pela prefeita Marta Suplicy, pelo seu namorado, Luis Favre, Mercadante e por Antônio Palocci, coordenador do programa de Lula, entre outros.
Quando Serra pediu direito de resposta pelas críticas ao governo, Genoino disse em voz alta: "Passou recibo, vestiu a carapuça".
O deputado João Herrmann, coordenador político da Frente Trabalhista, olhava para o petista animado, e os dois, que estavam em arquibancadas diferentes, tentavam se comunicar por sinais.
"Estou flertando com o João Herrmann", disse Genoino à Folha no intervalo do debate.
Lívia, filha de Ciro Gomes, quando conseguia parar de roer as unhas, também aplaudia seu pai e o presidenciável do PT sempre que ele atacava Serra. Nos intervalos, aproveitava para fumar.
Quando o tucano disse que Lula não havia respondido a uma pergunta, Lívia deixou escapar: "Ah, como não respondeu?".
O clima de união entre as claques atingiu o ápice quando Serra e Ciro começaram se atacar diretamente citando os episódios do horário eleitoral.

Família unida
Entre as arquibancadas, unidas na torcida, mas separadas no espaço, estavam sentadas Monica e Veronica, mulher e filha do presidenciável do PSDB.
As duas tentavam não mover nenhum músculo do rosto sempre que Serra recebia vaias dos dois lados, mas Monica não conseguiu aguentar quando o marido disse que Garotinho não precisava de apoio de artistas porque ele já era um artista. As duas -mãe e filha- caíram na risada.
Em outro momento, quando o candidato Ciro Gomes pediu desculpas aos brasileiros depois de ser criticado por Serra devido à sua postura, Monica comentou com a filha: "Aos brasileiros não, a Patrícia". No intervalo, Monica comentou: "O Ciro fica [com a postura de] "me bate, me bate". É muito infantil".
As declarações de Garotinho, cuja torcida estava mais tímida, serviram para dar mais fôlego entre as dobradinhas de Ciro e Lula nas arquibancadas.


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