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DEBATE
Embate entre torcidas, formadas por familiares e partidários, deixou o clima "quente" dentro dos estúdios da Record
Claques de Lula e Ciro se unem contra Serra
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Se no debate os presidenciáveis
Ciro Gomes (PPS) e Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) eram adversários, nos bastidores da TV Record
as torcidas dos dois candidatos
estavam unidas.
No estúdio do programa de
Adriane Galisteu, onde foi instalado um telão para os convidados e
familiares, os correligionários do
presidenciável do PPS aplaudiam
Lula sempre que ele criticava José
Serra (PSDB), o candidato do governo, e a torcida organizada do
petista vibrava ao ouvir os ataques de Ciro ao tucano.
No início, quando o mediador
Boris Casoy fazia as perguntas aos
candidatos, José Dirceu, presidente nacional do PT, e Aloizio
Mercadante, candidato do partido ao Senado, quase cochilaram.
O clima só esquentou quando os
candidatos começaram a fazer
perguntas uns aos outros.
José Genoino, candidato do PT
ao governo de São Paulo, era o líder da claque do partido, também
formada pela prefeita Marta Suplicy, pelo seu namorado, Luis Favre, Mercadante e por Antônio
Palocci, coordenador do programa de Lula, entre outros.
Quando Serra pediu direito de
resposta pelas críticas ao governo,
Genoino disse em voz alta: "Passou recibo, vestiu a carapuça".
O deputado João Herrmann,
coordenador político da Frente
Trabalhista, olhava para o petista
animado, e os dois, que estavam
em arquibancadas diferentes, tentavam se comunicar por sinais.
"Estou flertando com o João
Herrmann", disse Genoino à Folha no intervalo do debate.
Lívia, filha de Ciro Gomes,
quando conseguia parar de roer
as unhas, também aplaudia seu
pai e o presidenciável do PT sempre que ele atacava Serra. Nos intervalos, aproveitava para fumar.
Quando o tucano disse que Lula
não havia respondido a uma pergunta, Lívia deixou escapar: "Ah,
como não respondeu?".
O clima de união entre as claques atingiu o ápice quando Serra
e Ciro começaram se atacar diretamente citando os episódios do
horário eleitoral.
Família unida
Entre as arquibancadas, unidas
na torcida, mas separadas no espaço, estavam sentadas Monica e
Veronica, mulher e filha do presidenciável do PSDB.
As duas tentavam não mover
nenhum músculo do rosto sempre que Serra recebia vaias dos
dois lados, mas Monica não conseguiu aguentar quando o marido disse que Garotinho não precisava de apoio de artistas porque
ele já era um artista. As duas
-mãe e filha- caíram na risada.
Em outro momento, quando o
candidato Ciro Gomes pediu desculpas aos brasileiros depois de
ser criticado por Serra devido à
sua postura, Monica comentou
com a filha: "Aos brasileiros não,
a Patrícia". No intervalo, Monica
comentou: "O Ciro fica [com a
postura de] "me bate, me bate". É
muito infantil".
As declarações de Garotinho,
cuja torcida estava mais tímida,
serviram para dar mais fôlego entre as dobradinhas de Ciro e Lula
nas arquibancadas.
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