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Sem TV, Severino pede votos de porta em porta
Aliados evitam ligação com imagem de ex-deputado
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O ex-presidente da Câmara
Severino Cavalcanti (PP-PE),
74, não vai aparecer no horário
eleitoral: tentará o quarto mandato como deputado federal só
na base do corpo-a-corpo com
o eleitor. Severino alega que
não precisa de TV para ser eleito. Diz que prefere buscar votos
de porta em porta, como sempre fez em 40 anos de vida pública. Seu horário na TV foi rateado entre os aliados, com
prioridade para a filha Ana
(PP), deputada estadual e candidata à reeleição.
Oficialmente, ele diz que
"abriu mão" da TV. A Folha
apurou que integrantes de sua
aliança, liderada pelo PSB, não
queriam se ligar à imagem do
ex-deputado. Severino renunciou em setembro de 2005,
acusado de receber propina para manter ilegalmente em funcionamento um restaurante na
Câmara. Ele nega a acusação e
se diz vítima de preconceito só
por ser nordestino.
Com esse argumento, ele faz
campanha desde que renunciou. Sem alarde, circula pelos
grotões do Estado. Em Recife,
só aparece para dormir e visitar
seu comitê central, que divide
com a filha. Acompanhado de
um motorista e no máximo
dois assessores, ele começa cedo, mas nem sempre cumpre a
agenda. Um convite para um
almoço ou batizado pode mudar os planos de última hora.
Nas viagens longas, Severino
dorme no carro. Ao chegar às
cidades, circula nas ruas com a
janela aberta para ser reconhecido. Depois, parte para o corpo-a-corpo. Ouve pedidos, entra nas casas, come com os moradores, pede votos, faz promessas. Sempre de camisa de
manga comprida e sem gravata, promove reuniões nas cidades com políticos locais. Sua
campanha quase solitária não
prevê atos públicos. Só os materiais de campanha lembram
seus aliados: Eduardo Campos
ao governo estadual e Lula à
Presidência.
(FÁBIO GUIBU)
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