São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2008

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Mesmo inocente, policial ficou 741 dias em presídio

DA REPORTAGEM LOCAL

O policial militar aposentado Fernando Gomes de Araújo, 49, foi preso sob acusação de ter participado da chacina de Vigário Geral, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1993. Foi solto 741 dias depois, após conseguir provar sua inocência.
"Foi uma época terrível. Meus filhos sofreram muito. Perdi a minha mulher, que dizia eu não ia mais sair da prisão, pois eu era a resposta que a sociedade exigia para um crime tão hediondo. Não interessava a ninguém que eu fosse inocente", disse Araújo, que pediu afastamento da polícia.
O Superior Tribunal de Justiça reconheceu que a prisão foi ilegal e condenou o Estado do Rio de Janeiro a pagar R$ 100 mil de indenização moral a Araújo. O Estado recorreu.
Em São Paulo, a família de Cleiton Aparecido Lima Celso, 19, tenta provar, desde setembro do ano passado, que ele não roubou a bolsa de uma garota. Ao lado de um outro adolescente, ele foi condenado a cinco anos e seis meses de prisão.
A família informou ter apresentado à Justiça documentos que comprovariam a inocência dele, como uma carta do suposto assaltante, conhecido no bairro, pedindo desculpas a Cleiton. "Nós estamos muito cansados, mas não vamos desistir. Quando se é pobre, a Justiça brasileira não se preocupa se a pessoa é inocente", afirmou a cunhada de Cleiton, a jornalista Elizângela Claro.


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