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Mesmo inocente, policial ficou 741 dias em presídio
DA REPORTAGEM LOCAL
O policial militar aposentado
Fernando Gomes de Araújo,
49, foi preso sob acusação de
ter participado da chacina de
Vigário Geral, ocorrida no Rio
de Janeiro, em 1993. Foi solto
741 dias depois, após conseguir
provar sua inocência.
"Foi uma época terrível.
Meus filhos sofreram muito.
Perdi a minha mulher, que dizia eu não ia mais sair da prisão,
pois eu era a resposta que a sociedade exigia para um crime
tão hediondo. Não interessava
a ninguém que eu fosse inocente", disse Araújo, que pediu
afastamento da polícia.
O Superior Tribunal de Justiça reconheceu que a prisão foi
ilegal e condenou o Estado do
Rio de Janeiro a pagar R$ 100
mil de indenização moral a
Araújo. O Estado recorreu.
Em São Paulo, a família de
Cleiton Aparecido Lima Celso,
19, tenta provar, desde setembro do ano passado, que ele não
roubou a bolsa de uma garota.
Ao lado de um outro adolescente, ele foi condenado a cinco
anos e seis meses de prisão.
A família informou ter apresentado à Justiça documentos
que comprovariam a inocência
dele, como uma carta do suposto assaltante, conhecido no
bairro, pedindo desculpas a
Cleiton. "Nós estamos muito
cansados, mas não vamos desistir. Quando se é pobre, a Justiça brasileira não se preocupa
se a pessoa é inocente", afirmou a cunhada de Cleiton, a
jornalista Elizângela Claro.
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