São Paulo, quinta-feira, 03 de setembro de 2009

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Palocci tenta controlar direção do PT-SP

Ex-ministro quer eleger aliados Edinho Silva e Antonio Donato para os diretórios no Estado e na capital

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Absolvido pelo Supremo no episódio da quebra do sigilo do caseiro Francenildo Costa, o deputado federal Antonio Palocci trabalha agora para eleger dois aliados nos comandos dos principais diretórios do PT em São Paulo, onde é cotado para disputar o governo do Estado.
No âmbito estadual, Palocci articula a reeleição de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, cidade da região de Ribeirão Preto, terra natal e base do ex-ministro da Fazenda.
O vereador Antonio Donato, hoje um dos petistas mais próximos de Palocci em São Paulo, costura apoios para comandar o partido na capital do Estado.
Os dois candidatos já receberam o aval de correntes importantes do PT e são favoritos para as eleições de novembro deste ano. Se confirmada a vitória da dupla, Palocci pavimenta ainda mais seu caminho para ser o nome petista na sucessão de José Serra (PSDB) em 2010.
Edinho Silva é considerado uma espécie de afilhado político de Palocci. Ambos têm o mesmo perfil conciliador e o gosto pela chamada política de bastidores. Ele concorrerá à reeleição com o apoio das correntes CNB (Construindo um Novo Brasil), da qual faz parte, e da Novo Rumo.
Silva prometeu que começará a ouvir os interessados em concorrer ao Palácio dos Bandeirantes neste mês. Ao menos três nomes também são cotados: o ministro Fernando Haddad (Educação), o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia.
Souza, por exemplo, já declarou que não está disposto a abrir mão da candidatura "automaticamente" para Palocci.
Já o vereador Antonio Donato, da Novo Rumo, é originário do grupo ligado a Marta Suplicy, mas se aproximou de Palocci nos últimos anos.
Para disputar com Jair Tatto (PT de Lutas e Massas) e Nabil Bonduki (Mensagem ao Partido), Donato já conta com o apoio das correntes CNB, hegemônica no partido, e Movimento PT, de Chinaglia.
Como os mandatos são de três anos, os presidentes eleitos comandarão o partido na eleição para governador e prefeito.
Em conversas reservadas dos petistas, Palocci também é apontado como um nome para concorrer à sucessão de Gilberto Kassab (DEM), em 2012.
Dentro do PT, o deputado costuma ser apontado como um quadro com grande penetração no sociedade civil porém sem uma base partidária sólida, ainda que ele já tenha presidido a legenda em São Paulo.
O PT paulista pressiona o Planalto para que Palocci ocupe algum posto de visibilidade pública ainda neste ano. Entre as alternativas estudadas está entregar ao deputado petista uma relatoria do projeto do pré-sal da Câmara.



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