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Saída deve ser oficializada amanhã
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O senador Jader Barbalho
(PMDB-PA) deve ir a Brasília
amanhã e formalizar sua renúncia
ao cargo de senador -ele já renunciou à presidência do Senado
no dia 18 do mês passado.
A intenção de renunciar foi declarada pelo peemedebista em entrevista dada anteontem a um
programa da TV RBA, de propriedade da família Barbalho, no
Pará. Jader pode viajar hoje para
Brasília, apesar de sua assessoria
informar que ele viajará amanhã.
O paraense deixou claro que optou pela renúncia para manter
seus direitos políticos e concorrer
nas eleições do próximo ano. O
processo por quebra de decoro
parlamentar que está para ser
aberto contra ele tem como pena
possível a perda do mandato e dos
direitos políticos por oito anos.
Ao contrário de seu principal
inimigo político, o ex-senador
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), Jader optou por não fazer
um discurso de despedida em plenário. "Já disse tudo o que tinha a
dizer ao Senado, que receberá um
comunicado", afirmou na TV.
Sua carta de renúncia será entregue à Mesa Diretora da Casa.
O peemedebista passou o dia de
ontem em Belém reunido com assessores e advogados para definir
o conteúdo da carta e os planos
para as eleições de 2002. Ele não
deu declarações à imprensa.
Entre outras visitas, Jader recebeu o ex-superintendente da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) José Arthur Guedes Tourinho, indicado por ele e demitido por suspeita de irregularidades.
O pai e primeiro suplente de Jader, Laércio Barbalho, 82, defendeu ontem a renúncia e disse que
não assumirá o cargo. "Acho que
ele [Jader" deve renunciar, pois já
está certo que seu mandato será
cassado." Junto com Jader, ele é
acusado de ser beneficiário de
verbas desviadas do Banpará
(Banco do Estado do Pará). Ele
nega a acusação.
Na entrevista na TV, Jader criticou PFL, PT e PSDB, mas não investiu contra o presidente Fernando Henrique Cardoso. Leia a
seguir os principais trechos.
FHC E PSDB - "Se o presidente
mandou tirar o meu tapete, eu
não sei. Mas o PSDB tem fama de
ficar em cima do muro. Não sei
por que o partido resolveu descer
do muro contra mim."
ELEIÇÕES - "Sou favorável a candidato próprio pelo PMDB, mesmo sendo o governador Itamar
Franco (MG). As restrições pessoais devem ser colocadas de lado."
CANDIDATURA - "No ano que
vem estarei em todos os palanques do Estado do Pará."
SUDAM - "Isso é coisa do pessoal
da área da Fazenda, que há muito
tempo queria acabar com o incentivo fiscal na Amazônia. Cerca
de 40% dos incentivos fiscais ficaram em corretagem no grandes
escritórios de São Paulo. E todo
mundo está calado."
BANPARÁ - "O relatório do Banco Central foi encomendado para
inviabilizar minha candidatura ao
governo do Estado em 1990."
ALIANÇA PT-PFL - "Esse é um
projeto de vingança política e só
as criancinhas muito pequenininhas não sabem que esse é um jogo de cartas marcadas. O PFL se
uniu ao PT para me derrubar. O
PFL, por causa do meu confronto
com o ACM. O PT, porque tinha o
compromisso dos pefelistas de
excluir o líder petista no Senado,
[José Eduardo" Dutra, do processo que apurava a violação do painel do Senado. Foi um teatrinho."
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