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CPIs tentam recuperar fôlego com semana marcada por acareações
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após duas semanas de turbulência com a queda de Severino
Cavalcanti (PP-PE), a disputa pela
sucessão da Presidência da Câmara e o término do prazo de filiações partidárias, as CPIs tentam
recuperar o fôlego nesta semana e
impedir o estancamento das investigações.
No Senado, o momento mais
esperado é a acareação agendada
para quarta-feira na CPI dos Bingos com Rogério Tadeu Buratti
(ex-secretário de Antonio Palocci
na Prefeitura de Ribeirão Preto),
Waldomiro Diniz (ex-assessor da
Casa Civil no período de José Dirceu), Carlos Cachoeira (empresário do ramo de jogos), Enrico Gianelli (ex-advogado da GTech) e
Marcelo Rovai (ex-diretor da
multinacional GTech).
"A acareação poderá esclarecer
de uma vez o caso GTech, que tem
ocupado a CPI, vamos conseguir
esclarecer por meio da confrontação. Nossa CPI tem tudo agora
para deslanchar", afirmou o relator da CPI dos Bingos, senador
Garibaldi Alves (PMDB-RN).
Há vários pontos de divergência
entre os cinco personagens.
A principal contradição diz respeito aos contatos feitos por Buratti à época da renovação do contrato milionário entre a empresa e
a Caixa Econômica Federal, em
2003.
Os executivos da GTech dizem
ter sido procurados por Buratti
por indicação de Waldomiro Diniz, ex-assessor do então ministro
José Dirceu na Casa Civil até 2004.
A multinacional diz que Buratti
teria cobrado R$ 6 milhões para
interceder a seu favor na renovação, que não foram pagos. Buratti,
por sua vez, diz que a empresa
tentou suborná-lo.
Fase "técnica"
A CPI dos Correios entra em
uma fase "técnica", de análise de
documentos provenientes de
quebras de sigilos.
Segundo o relator da comissão,
deputado federal Osmar Serraglio
(PMDB-PR), a CPI entra num
momento de "desova dos relatórios" segmentados.
O relator afirmou que as subcomissões tomarão cerca de cinco
depoimentos por dia, duas vezes
por semana.
"Do ponto de vista político pode parecer perda de fôlego, disputas e intrigas, mas na área técnica
agora é que chegou a fase boa",
disse Gustavo Fruet (PSDB-PR),
um dos sub-relatores.
Sem holofotes
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse acreditar que o trabalho
das sub-relatorias, "que não tem
tanto holofote", resulta no "melhor eixo de investigação".
Além disso, na Câmara, a corregedoria deverá votar até o final da
semana o relatório da comissão
de sindicância responsável por
ouvir a defesa dos 16 parlamentares acusados de serem beneficiários do suposto esquema do
"mensalão".
A corregedoria e o Conselho de
Ética da Casa enfrentam um embate sobre a responsabilidade de
arquivar alguns casos.
"É uma polêmica boba, estéril.
Tanto faz mandar com todos os
nomes ou isoladamente porque
quando chegar ao Conselho de
Ética vai separar caso a caso", disse o líder do PSDB na Câmara, deputado Alberto Goldman (SP).
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