São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2008

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Kassabistas assediam adversários tucanos

DA REPORTAGEM LOCAL

Sob ameaça de não serem eleitos com a queda nas pesquisas de Geraldo Alckmin (PSDB) -que, segundo pesquisa Datafolha divulgada no início da semana, fica fora do segundo turno- candidatos tucanos a vereador têm aceitado ajuda do DEM nas suas campanhas -ou, no caso dos candidatos alckmistas, estão sendo assediados para "mudar de lado".
Candidatos do PSDB ouvidos pela Folha denunciaram o assédio de lideranças kassabistas para que imprimam material com o prefeito Gilberto Kassab (DEM) -o que não é permitido- ou omitam o número do tucano Geraldo Alckmin.
O candidato Willamys Alencar afirmou que foi procurado por uma liderança de seu partido que apóia Kassab oferecendo "colas" -santinhos para ajudar os eleitores no momento da votação- que incluíssem o número 25 e o nome do prefeito. "A esta altura da campanha, quando já não temos recursos para material, é uma oferta tentadora", diz, afirmando ter resistido a ela.
Na quarta, a Folha recolheu material de campanha de Victor Kobayashi (PSDB) em que consta o número do tucano e, logo abaixo, o do prefeito. O material era distribuído em estações de metrô. Ouvido pela Folha, Kobayashi disse que 20% de sua base de apoio vem do tio, Sérgio Kobayashi, responsável pela mobilização da campanha de Kassab, e que "não teria controle sobre o material impresso pelo grupo".
Informado de que o material pode levar à impugnação da candidatura, Kobayashi afirmou que "tomará cuidado".
Defensores da eleição de Kassab, os vereadores do PSDB têm pedido ajuda do prefeito diante da ameaça de não-reeleição. Em 2004, com José Serra como puxador de legenda, o partido elegeu 13 vereadores. Hoje, com o risco de Alckmin não chegar ao segundo turno, calcula-se que serão no máximo 11 os eleitos pelo PSDB.
Como o PSDB deverá eleger dois novos vereadores -o ex-secretário Gabriel Chalita e o evangélico Souza Santos- pelo menos quatro dos atuais vereadores devem ficar de fora. Ontem, o vereador Claudinho almoçou com Kassab. Na véspera, Juscelino Gadelha acompanhou o prefeito na zona norte.
"Existe risco de parte da bancada não se reeleger. Mas estamos, todos, trabalhando muito contra a "Martaxa'", disse o líder do PSDB na Câmara Municipal, Gilberto Natalini.
O comando de campanha de Kassab tem ajudado os vereadores. Na favela de Paraisópolis, por exemplo, a coordenação do comitê foi indicada pelo vereador José Rolim. O prefeito autorizou que também pedissem voto ao tucano. (AF e CS)


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