São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Marta vê cidade dividida e diz estar ao lado do "povão"

Petista afirma esperar segundo turno "acirrado", "voto a voto", e acusa adversários de estarem "do lado do sistema financeiro"

No último dia permitido para fazer campanha política, a ex-prefeita reúne centenas de pessoas em Sapopemba, onde tem 49% nas pesquisas

RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO

No último dia permitido para campanha política, Marta Suplicy (PT) reuniu algumas centenas de pessoas em um comício em Sapopemba, extremo leste de São Paulo, região onde reúne uma de suas maiores intenções de voto -49%, contra 35% em toda a cidade. Lá, a petista afirmou que São Paulo está se dividindo "em dois lados".
"Estamos indo para um segundo turno com dois campos muito bem definidos. Vamos ter -eu não me iludo- um segundo turno acirrado, voto a voto. Mas a população precisa saber de que lado eu estou. Eu estou do lado do povão. Eles estão do lado do sistema financeiro", discursou Marta em um dos três eventos em que participou na região.
Líder nas pesquisas durante quase todo o período eleitoral, Marta viu Gilberto Kassab (DEM) ultrapassá-la na simulação de um eventual segundo turno (49% a 44%), segundo a última pesquisa Datafolha.
A petista, que concentrou boa parte de sua campanha na associação de sua imagem à de Luiz Inácio Lula da Silva, não terá a presença do presidente na reta final. Os candidatos petistas da região metropolitana de São Paulo planejavam um almoço amanhã com o presidente, mas, conforme antecipou ontem o "Painel" da Folha, Lula desistiu de participar.
Petistas negaram que o motivo tenha sido uma disputa entre Marta e Luiz Marinho (candidato em São Bernardo do Campo) para "sediar" o almoço. Disseram que Lula preferiu descansar no sábado.
"Eu nem estava sabendo de almoço. (...) Ele [Lula] me disse que está disponível para o que for necessário no segundo turno, como esteve disponível no primeiro", afirmou Marta. Nas últimas semanas, Lula participou de dois comícios ao lado dela na periferia de São Paulo.

Metrô
Apesar de já ter reconhecido que cabe ao Estado a decisão sobre como, onde e quando serão aplicados os investimentos no metrô de São Paulo, Marta voltou a prometer ontem que, se eleita, vai estender os trilhos até Sapopemba.
"Não adianta dizer que é do Estado. Se eleita, quero sentar na mesa e levar para o governador o plano de expansão que discuti com o presidente Lula quando era ministra", discursou Marta no último evento. Ela promete recursos da prefeitura para o metrô. Lula promete recursos federais.
O Metrô de São Paulo critica a proposta de Marta e afirma que a região será atendida por uma linha diversa da que consta do projeto da petista.
"As linhas de extensão da malha metroferroviária que integram o Plano de Expansão do Transporte Metropolitano são definidas a partir de um conjunto de variáveis que levam em conta levantamentos feitos pela pesquisa "OD", de origem e destino e cálculo da demanda preferencial, entre diversas outras", diz o Metrô.


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