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FORÇAS ARMADAS
Ministério nega interferência política em escolha de caças
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Defesa divulgou nota afirmando que a
decisão pela escolha dos finalistas da disputa pelo fornecimento dos novos caças
da FAB não sofreu interferência política, e sim foi uma
decisão técnica.
O ministério respondia a
reportagem publicada ontem na Folha, na qual foi
descrita a importância dos
fatores geopolíticos na exclusão do concorrente russo
e da inclusão do norte-americano na lista dos três finalistas -que inclui o sueco
Gripen, o americano F-18 e o
favorito, o francês Rafale.
"O Ministério da Defesa
esclarece que a decisão tomada pelo Alto Comando da
Aeronáutica foi fundamentada em critérios técnicos
exaustivamente analisados e
elaborados pela Comissão
Gerencial do Projeto F-X2,
tendo por base a transferência de tecnologia", diz a nota.
Critérios técnicos e transferência tecnológica naturalmente são fatores de qualquer decisão desse porte, a
compra de 36 aviões em um
negócio que pode ultrapassar US$ 2 bilhões.
Mas o que a Folha publicou foi o peso na decisão do
fato de que os russos estão
associados ao regime de Hugo Chávez na Venezuela. E
os militares brasileiros não
querem passar a impressão
de que estão alinhados com
os "bolivarianos", seus antípodas ideológicos.
Além disso, Washington
fez chegar, pelos sempre discretos canais diplomáticos,
ao governo brasileiro a noção de que a escolha dos russos não seria do seu agrado.
O recado dos Estados Unidos: antes o francês Rafale, já
que a tradicional resistência
americana a transferir tecnologia reduz as chances do
F-18, do que os russos.
(IGOR GIELOW)
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