São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2008

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FORÇAS ARMADAS

Ministério nega interferência política em escolha de caças

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Defesa divulgou nota afirmando que a decisão pela escolha dos finalistas da disputa pelo fornecimento dos novos caças da FAB não sofreu interferência política, e sim foi uma decisão técnica.
O ministério respondia a reportagem publicada ontem na Folha, na qual foi descrita a importância dos fatores geopolíticos na exclusão do concorrente russo e da inclusão do norte-americano na lista dos três finalistas -que inclui o sueco Gripen, o americano F-18 e o favorito, o francês Rafale.
"O Ministério da Defesa esclarece que a decisão tomada pelo Alto Comando da Aeronáutica foi fundamentada em critérios técnicos exaustivamente analisados e elaborados pela Comissão Gerencial do Projeto F-X2, tendo por base a transferência de tecnologia", diz a nota.
Critérios técnicos e transferência tecnológica naturalmente são fatores de qualquer decisão desse porte, a compra de 36 aviões em um negócio que pode ultrapassar US$ 2 bilhões.
Mas o que a Folha publicou foi o peso na decisão do fato de que os russos estão associados ao regime de Hugo Chávez na Venezuela. E os militares brasileiros não querem passar a impressão de que estão alinhados com os "bolivarianos", seus antípodas ideológicos.
Além disso, Washington fez chegar, pelos sempre discretos canais diplomáticos, ao governo brasileiro a noção de que a escolha dos russos não seria do seu agrado. O recado dos Estados Unidos: antes o francês Rafale, já que a tradicional resistência americana a transferir tecnologia reduz as chances do F-18, do que os russos.
(IGOR GIELOW)


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