São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004

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SUCESSÃO

Presidente do PT afirma que partido "sabe perder" e não é ressentido

Genoino pede a petistas uma transição sem revanchismo

Jefferson Coppola - 1.nov.2004
O presidente nacional do PT, José Genoino, que defende uma transição sem conflitos nos municípios em que o partido foi derrotado


CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PT, José Genoino, defendeu ontem um pacto entre os prefeitos petistas derrotados e seus sucessores para que o processo de transição seja feito "sem disputa política". "A orientação da direção nacional a todos que vão ser substituídos é combinar e pactuar a transição para não atrasar a montagem dos futuros governos", disse Genoino. "Não somos revanchistas e ressentidos. Sabemos perder."
O pedido do dirigente petista ocorre um dia após o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Arselino Tatto (PT), dizer que vai defender "com muita força" a extinção das taxas do lixo e da luz ainda em 2005. Segundo Tatto, como o prefeito eleito José Serra se disse contra esses tributos durante a campanha, vai ajudá-lo a acabar com eles. "As declarações foram dadas no fogo do momento", avaliou Genoino: "Nós do PT vamos colaborar com uma transição sem traumas". Ontem, porém, Tatto disse que manterá sua proposta.
O presidente do PT sustenta que a oposição do partido nas Câmaras Municipais deve ser propositiva, mas concorda que é preciso cobrar dos adversários políticos as promessas que foram feitas na campanha. O caso das taxas, porém, é diferente. Mesmo que queira, disse Genoino, Serra terá muita dificuldade de acabar com as taxas criadas por Marta Suplicy. "Ele [Serra] não vai acabar com as taxas, não há condições", disse o petista, referindo-se ao aperto financeiro da prefeitura.
Segundo ele, o PSDB também vai precisar colaborar. "Esperamos isso dos tucanos em Osasco, Vitória, Fortaleza e Porto Velho." Para Genoino, pouco importa quem procure quem na hora de discutir o processo de transição. "Na transição do governo federal, a equipe do presidente Lula procurou os ministros destacados por Fernando Henrique Cardoso, que foi franco, não tirou casquinha nem provocou", disse.
O presidente do PT disse ainda que, no mês de dezembro, vai realizar uma série de reuniões com as bancadas eleitas do partido nas principais Câmaras Municipais do país para definir uma linha conjunta de atuação. Segundo Genoino, apesar das questões locais serem o assunto principal dos vereadores, eles têm de estar bem orientados quanto à defesa do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Antes disso, nos dias 29 e 30 deste mês, o partido vai realizar um encontro com todos seus prefeitos eleitos no país. Trata-se do primeiro passo pós-eleição municipal que a direção do partido dará na preparação para a sucessão presidencial de 2006.


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