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SERRA PELADA
Acusado é preso no MA
Polícia prende suspeito de matar garimpeiro
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
A Polícia Civil do Pará prendeu
um homem que, em depoimento
prestado ontem, teria confessado
ter sido contratado para matar o
presidente do Sindicato dos Garimpeiros de Curionópolis, Antônio Clênio Lemos, assassinado
com cinco tiros no dia 17 de novembro na sede da entidade.
De acordo com a polícia, o maranhense Josivaldo Oliveira Barros, 23, conhecido como Nego Josa, teria revelado ao superintendente regional Sílvio Cézar Maués
o nome do mandante e dos intermediários do crime.
Maués afirmou que não revelaria os valores pagos e os nomes
dos envolvidos em razão de um
pedido de prisão temporária de
dois suspeitos, que seria solicitado ainda hoje à Justiça.
Em seu depoimento, que durou
cerca de quatro horas, o suposto
pistoleiro teria afirmado que o
crime tem relação com a disputa
entre grupos rivais pelo comando
do garimpo de Serra Pelada (PA).
"Ele confessou que recebeu uma
quantia em dinheiro de intermediários para matar o sindicalista e
citou o nome do mandante. Estamos próximos de solucionar o caso", declarou o delegado.
Nego Josa foi preso no sábado à
tarde no município de Imperatriz
(MA) na casa da namorada e foi
transferido para Marabá (PA). Ele
não tinha advogado constituído.
O acusado deve ser incluído no
programa estadual de proteção à
testemunhas. "Ele é um arquivo
vivo e corre risco de vida", afirmou o delegado.
Ainda de acordo com a polícia,
Nego Josa disse que foi procurado
pelo intermediário cinco dias antes do crime e que ele fugiu de
trem para Imperatriz no dia seguinte ao assassinato.
Dias antes de morrer, o sindicalista havia registrado um depoimento em Curionópolis afirmando que, se ele fosse morto, a responsabilidade seria do prefeito da
cidade, Sebastião Curió (PMDB).
Negativa
Curió nega o envolvimento no
crime. O prefeito não foi localizado ontem para falar sobre o caso.
A Polícia Civil deve tomar o depoimento de Curió nos próximos
dias no inquérito que investiga a
morte de Antônio Clênio Lemos.
O sindicalista vinha fazendo um
dossiê sobre o número de associados da Coomigasp (Cooperativa
de Mineradores e Garimpeiros de
Serra Pelada) e possíveis irregularidades na entidade.
No final de semana, o líder garimpeiro Raimundo Benigno denunciou à polícia ter recebido
ameaças de morte anônimas.
Benigno liderou os 4.000 garimpeiros que entraram em Serra Pelada na semana passada após permanecerem 12 dias acampados na
estrada que dá acesso ao garimpo.
O grupo era impedido de entrar
no local por garimpeiros ligados a
Curió. Eles só conseguiram chegar na área com intervenção da
Polícia Militar e do Exército.
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