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São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2003

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RUMO A 2004

Em programa, que vai ao ar amanhã à noite, petistas retomam campanha e mostram ar otimista para o ano que vem

Na TV, Lula tenta ressuscitar "mudança" e "esperança"

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ressuscitar no programa de TV e rádio do PT, amanhã à noite, as duas palavras-chave de sua campanha eleitoral em 2002: mudança e esperança. Dirá que a mudança começou em 2003 e que o ano da esperança será 2004, quando promete a retomada do crescimento econômico.
Desde ontem comerciais de TV do PT fazem a contagem regressiva para a chegada de 2004, depositando no ano que vem a expectativa de começar a cumprir compromissos de campanha como a geração de empregos.
O ano de 2003 será tratado como o período para arrumar a casa e superar uma herança de problemas dos governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). "Fazer o que precisa ser feito do jeito que precisa ser feito. Esse sempre foi e sempre será o meu lema", dirá Lula, numa fala de um minuto.
Saudando os petistas, Lula fará alusão às eleições municipais de 2004, dizendo que o ano que vem trará esperança ao país e ao PT. Lula será o último político a falar, antes do final com música em clima emocional e otimista, marcas do publicitário Duda Mendonça, responsável pelo programa de 20 minutos. Procurado, Duda não respondeu aos telefonemas da Folha.
Mas outra marca do publicitário estará presente: as "vacinas políticas" -respostas ao risco de crescimento zero da economia, desemprego em alta e renda em queda- abrirão o programa.
A primeira virá com o depoimento de um eleitor que dirá que ficou na dúvida até a última hora em 2002, mas não votou em Lula. Esse eleitor afirmará, porém, que já vê resultados na gestão Lula e elogiará o seu governo.
A segunda "vacina" virá diretamente do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, que será o primeiro político do PT a falar. Dirá que herdou uma situação difícil e tomou medidas duras.
Falará que essas medidas já dão resultado, preparando o Brasil para um ciclo de crescimento sustentado a partir de 2004. Palocci mencionará o controle da inflação, a diminuição dos juros e a queda do risco-país para menos de 500 pontos (este último indicador econômico mede a confiança dos credores no país, e 500 pontos significam que o país paga juros cinco pontos percentuais acima da taxa cobrada dos EUA).
O presidente do PT, José Genoino, diz que "o PT vai reafirmar seus compromissos com mudanças". Segundo Genoino, "a política externa, a formação da maioria no Congresso, a gestão do Estado, a aprovação na Câmara das reformas da Previdência e tributária, programas sociais (Bolsa-Família e Fome Zero) são exemplos dessas mudanças".
Na política externa, por exemplo, será citada pesquisa da Universidade de Miami que mostra Lula como modelo de líder latino-americano.
Genoino também se unirá ao coro segundo o qual 2004 será o ano de "crescimento econômico para gerar emprego". Indiretamente, haverá menção às eleições municipais. Genoino diz que o programa falará do reforço nas filiações ao partido neste ano como exemplo de que o PT se prepara para disputar o poder nas cidades em 2004.
O ministro José Dirceu (Casa Civil), a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP), também falarão.
Marta citará problemas que teve no início do governo e como os teria superado. O programa mostrará o que considera a "virada" de Marta, na linha de dificuldades herdadas que serão superadas.
O programa terá jingles antigos (campanha de 2002) e novos, sempre em tom otimista.


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