|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lula usará evento da saúde para negociar CPMF
Presidente quer aproveitar cerimônia de lançamento do PAC do setor para conversar com governadores
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usará a cerimônia de
lançamento do PAC da Saúde,
na quarta-feira, para articular
uma reunião com governadores aliados e da oposição e acertar a estratégia final para aprovar a prorrogação da CPMF, o
chamado imposto do cheque.
Lula autorizou o Ministério
da Fazenda a negociar com os
governadores, principalmente
os tucanos, o atendimento de
algumas demandas para justificar a mudança de posição de senadores da oposição.
Nos últimos dias, seguindo
determinação presidencial,
Guido Mantega tem mantido
contatos telefônicos com governadores, entre eles José
Serra (SP) e Aécio Neves (MG),
para manter negociação.
Segundo a Folha apurou, o
governo pode atender pedidos
como o aumento de repasse de
recursos da Cide (contribuição
destinada à manutenção de rodovias) para os Estados e aprovar um projeto que limite o aumento dos gastos com pessoal
e de manutenção da máquina
pública em 2,5% reais (acima
da inflação) por ano.
A trava nos gastos públicos é
uma reivindicação dos tucanos.
Na semana passada, senadores
do partido indicaram que poderiam retomar as conversas
com o governo caso ele tomasse medidas efetivas nessa área.
Serra e Aécio decidem amanhã se vão aceitar o convite para participar da cerimônia de
lançamento do PAC da Saúde.
Se aceitarem, estará subentendido que também topam se
reunir com Lula para falar da
prorrogação da CPMF.
O PAC da Saúde prevê um
aumento no repasse de verbas
para o setor no valor de R$ 24
bilhões nos próximos quatro
anos, bancado com a arrecadação do imposto do cheque. A
proposta é que a fatia da CPMF
destinada para a saúde salte de
0,20% para 0,28% no período.
O lançamento do PAC da
Saúde está programado antes
da aprovação da emenda constitucional que viabilizaria o aumento do repasse de recursos e
da própria CPMF. Sem ela, alega o ministro José Gomes
Temporão (Saúde), o PAC do
setor fica inviabilizado.
O governo acredita que, se
atrair todos os governadores
tucanos para seu lado, poderá
contar com até seis votos do
PSDB. Entre eles, Tasso Jereissati (CE), Lúcia Vânia (GO),
Eduardo Azeredo (MG) e Cícero Lucena (PB). Nos cálculos,
estavam quatro democratas,
mas os líderes aliados avaliam
que a subida de tom do presidente Lula contra o partido
prejudicou as conversas.
Os articuladores de Lula
também procuram solucionar
pendências na base aliada para
garantir pelo menos os 49 votos necessários para aprovar a
prorrogação do tributo.
A ordem é atender pedidos
de nomeação de cargos e liberação de verbas de senadores
que ameaçam votar contra. Na
lista estão Expedito Jr. (PR-RO), Romeu Tuma (PTB-SP),
Magno Malta (PR-ES), Valter
Pereira (PMDB-MS) e Geraldo
Mesquita (PMDB-AC).
O governo trabalha para votar a emenda de prorrogação
da CPMF na quinta, dois dias
após a sessão do Senado que
decidirá o futuro político de
Renan Calheiros (PMDB-AL).
Texto Anterior: PMDB faz pesquisa interna sobre sucessor de Renan Próximo Texto: Toda Mídia - Nelson de Sá: O triunfo Índice
|