São Paulo, segunda-feira, 03 de dezembro de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

O triunfo

O "El País Global" foi dos primeiros a cravar, em sua manchete, que as pesquisas "dão a Chávez o triunfo". Sem o resultado, a estatal Agência Bolivariana dizia que Chávez "convida a aceitar" -e o "El Universal", que "comitê eleitoral admite aumento de denúncias".
Antes, o "New York Times" deu editorial pelo "não" e artigo do ex-ministro da defesa argumentando que o "socialismo" chavista não é cristão. O "El País" deu o artigo "Não é de esquerda, é fascista". O "Telegraph", o artigo "América do Sul escorrega para a ditadura". Já o "Miami Herald" foi contido e disse que mudanças na região "levantam preocupações pela democracia".
E Lula foi manchete na Folha Online: "É absurdo mudar a Constituição" como da "outra vez" -de FHC.

SARNEY VS. AMORIM
Enquanto José Sarney foi até Nova York, contra Chávez, o atual -e seu ex- chanceler Celso Amorim fazia "lobby" pela aceitação no Mercosul, destacou a Associated Press.

PETROBRAS LÁ
"Houston Chronicle" e rede McClathy deram reportagens sobre a Petrobras "com mais ênfase que nunca" nos EUA -que vêm de achar seu maior campo "em águas profundas".

ESTRATÉGIA COM A CHINA
O "Diário do Povo" deu que "China e Brasil fazem seu primeiro diálogo estratégico", sexta. Os vice-chanceleres de ambos, reunidos em Pequim, "concordaram que são as maiores potências e em desenvolvimento do mundo".

NEOFAVELA
Dionisio Gonzalez/joshspear.com
Nas fotos, barracos colados


Lula subiu o morro no Rio e foi destaque nos telejornais daqui com a frase "pobre não vai mais ter vergonha de morar em favela". Ecoou no exterior, com Juan Arias, do "El País", dizendo que "põe em marcha "a revolução urbana'", e Gary Duffy, da BBC, relatando longamente que ele "promete mudança".
Por coincidência, repercutem em blogs dos EUA, como Andrew Sullivan e Subtopia, as "belas e fascinantes" fotos elaboradas pelo espanhol Dionisio Gonzalez, de favelas de São Paulo, misturando as imagens que ele encontrou com outras, de arquitetura moderna -como visão de futuro.

NO CRAVO
A ministra Dilma Rousseff, sempre ela, entrou por Globo, Record etc. para proclamar a TV digital -ontem ao vivo e com as redes todas em êxtase.
No exterior, AP, Xinhua, a indiana IANS e outras deram ressaltando que o Japão não investiu como prometeu, que a escolha acabou "isolada no continente" -e o custo é alto.

NA FERRADURA
Também a TV Brasil entrou ontem no ar, pelo antigo canal da TVE na TV paga, em São Paulo, e também pela web, ao vivo. Na programação, nada que seja diverso da velha TVE, de índios a Paulinho da Viola.
A expectativa é para hoje, com o telejornalismo de Franklin Martins, Tereza Cruvinel e Helena Chagas.

"TSUNAMI DE MÍDIA"
Ecoa por sites de mídia a palestra do editor-chefe do "New York Times", em Londres, apontando um "tsunami de mídia" com Google News, blogs, sites sociais, YouTube. Mas dizendo que não vem daí o problema do jornalismo e sim da "perda de fé" pelas "pessoas que fazem jornais". Polemicamente, ele distinguiu o "tsunami" do jornalismo.


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