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Procurador diz que vai pedir multa maior para banqueiro
Rodrigo de Grandis afirma que processo ainda pode terminar em "cinco, seis anos"
Segundo Grandis, há espaço para aumento da multa: "A lei prevê teto. Mas o juiz não fixou o teto dele. Existe espaço para o recurso"
DA REPORTAGEM LOCAL
Autor da denúncia, o procurador da República Rodrigo de
Grandis afirmou ontem que vai
apresentar recurso pedindo a
ampliação da pena decretada
para o banqueiro Daniel Dantas, pelo menos no que diz respeito às multas.
Em nota divulgada pelo Ministério Público, de Grandis
chegou a defender a aplicação
de pena máxima -de 12 anos-
para Dantas, condenado a dez
anos de prisão por crime de
corrupção ativa.
Em entrevista, porém, de
Grandis afirmou: "Em princípio a pena de Daniel Dantas é
adequada, na minha perspectiva, no importe de 10 anos. Preciso ressaltar que a pena não é
só a privativa de liberdade.
Existe também uma pena pecuniária. Essa vai sofrer análise
para fins de recurso".
Segundo de Grandis, há espaço para aumento da multa: "A
lei prevê teto. Mas o juiz não fixou o teto dele. Existe espaço,
em face da gravidade do crime
praticado, para o recurso".
Grandis também defendeu a
adoção de pena mais severa para Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom. Braz e
o professor Hugo Chicaroni
-um dos interlocutores de
Dantas- foram condenado a
sete anos de prisão em regime
semi-aberto. Mas, para de
Grandis, "a participação de
Humberto Braz foi mais relevante no cometimento do crime do que a de Hugo Chicaroni". Segundo ele, "a pena de
Humberto Braz deveria ser
maior do que sete anos de reclusão", disse, pregando a detenção em regime fechado.
O Ministério Público tem
prazo de cinco dias para apresentar recurso ao TRF (Tribunal Regional Federal). De
Grandis afirmou que, numa
"análise otimista", o processo
consumirá pelo menos cinco
anos: "O sistema recursal brasileiro é quase que infinito. Mas,
pela pena aplicada, acredito
que possa se resolver isso em
cinco, seis anos, numa perspectiva bem otimista".
Deixando claro que concorda
com a decisão do juiz federal
Fausto De Sanctis, o procurador justificou por que o Ministério Público não pediu a prisão
preventiva de Dantas.
"Não houve, na perspectiva
do Ministério Público Federal,
nenhum fato novo, desde aquela decisão do STF (pela liberação de Dantas), que desse motivo para uma prisão preventiva", afirmou.
De Grandis defendeu o juiz
De Sanctis das acusações de
cerceamento de defesa. E disse:
"O Ministério Público ficou satisfeito. Mas analiso alguns aspectos técnicos que merecem,
ao meu juízo, um recurso".
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