São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Procurador diz que vai pedir multa maior para banqueiro

Rodrigo de Grandis afirma que processo ainda pode terminar em "cinco, seis anos"

Segundo Grandis, há espaço para aumento da multa: "A lei prevê teto. Mas o juiz não fixou o teto dele. Existe espaço para o recurso"


DA REPORTAGEM LOCAL

Autor da denúncia, o procurador da República Rodrigo de Grandis afirmou ontem que vai apresentar recurso pedindo a ampliação da pena decretada para o banqueiro Daniel Dantas, pelo menos no que diz respeito às multas.
Em nota divulgada pelo Ministério Público, de Grandis chegou a defender a aplicação de pena máxima -de 12 anos- para Dantas, condenado a dez anos de prisão por crime de corrupção ativa.
Em entrevista, porém, de Grandis afirmou: "Em princípio a pena de Daniel Dantas é adequada, na minha perspectiva, no importe de 10 anos. Preciso ressaltar que a pena não é só a privativa de liberdade. Existe também uma pena pecuniária. Essa vai sofrer análise para fins de recurso".
Segundo de Grandis, há espaço para aumento da multa: "A lei prevê teto. Mas o juiz não fixou o teto dele. Existe espaço, em face da gravidade do crime praticado, para o recurso".
Grandis também defendeu a adoção de pena mais severa para Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom. Braz e o professor Hugo Chicaroni -um dos interlocutores de Dantas- foram condenado a sete anos de prisão em regime semi-aberto. Mas, para de Grandis, "a participação de Humberto Braz foi mais relevante no cometimento do crime do que a de Hugo Chicaroni". Segundo ele, "a pena de Humberto Braz deveria ser maior do que sete anos de reclusão", disse, pregando a detenção em regime fechado.
O Ministério Público tem prazo de cinco dias para apresentar recurso ao TRF (Tribunal Regional Federal). De Grandis afirmou que, numa "análise otimista", o processo consumirá pelo menos cinco anos: "O sistema recursal brasileiro é quase que infinito. Mas, pela pena aplicada, acredito que possa se resolver isso em cinco, seis anos, numa perspectiva bem otimista".
Deixando claro que concorda com a decisão do juiz federal Fausto De Sanctis, o procurador justificou por que o Ministério Público não pediu a prisão preventiva de Dantas.
"Não houve, na perspectiva do Ministério Público Federal, nenhum fato novo, desde aquela decisão do STF (pela liberação de Dantas), que desse motivo para uma prisão preventiva", afirmou.
De Grandis defendeu o juiz De Sanctis das acusações de cerceamento de defesa. E disse: "O Ministério Público ficou satisfeito. Mas analiso alguns aspectos técnicos que merecem, ao meu juízo, um recurso".


Texto Anterior: Acusados falavam em nome de Dantas, revelam gravações
Próximo Texto: Dantas despreza instituições e é egocêntrico, diz juiz
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.