|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dantas despreza instituições e é egocêntrico, diz juiz
DA REPORTAGEM LOCAL
O banqueiro Daniel Dantas tem uma personalidade
desajustada. Cultiva uma individualidade ímpar e irracional. É egocêntrico. Despreza as instituições públicas e lança mão do terrorismo midiático para alcançar
seus objetivos.
Em resumo, essa é a descrição feita pelo juiz federal
Fausto Martin De Sanctis na
sentença proferida ontem,
em que condenou o banqueiro a dez anos de prisão e ao
pagamento de multa (R$ 1,4
milhão) e de reparação por
danos à sociedade (R$ 12 milhões) por ter tentado subornar um policial para ser excluído de um inquérito.
O magistrado traça o perfil
do banqueiro para explicar
que a personalidade do réu
agravou a sentença dele.
"Existem outras circunstâncias judiciais que lhe são
desfavoráveis, a saber: a culpabilidade, circunstâncias e
conseqüências do crime,
conduta social e personalidade."
Segundo De Sanctis, o banqueiro não pára: "Insiste,
alardeia, ilude e intimida, e
mais, desvia o foco -ações típicas de alguém que deseja a
qualquer custo encerrar a
presente ação policial com a
destruição da Operação Satiagraha".
Para atingir seu objetivo,
continua De Sanctis, o banqueiro segue a "cartilha do
vale-tudo". "Usa de terrorismo midiático" para causar
infundado pânico social.
Ao longo do processo, diz o
magistrado, Dantas "mostrou-se de uma individualidade ímpar e irracional, egocêntrico, que se desvincula
facilmente dos parâmetros
sociais para satisfação de seu
interesse em ver terminada
uma determinada operação
da Polícia Federal [Satiagraha], mediante oferecimento
e pagamento de dinheiro a
autoridades".
E o banqueiro não hesita,
prossegue o juiz.
"[Dantas] Acredita no dinheiro [...] como algo determinante de suas ações ou
omissões, bem como de todas as pessoas que passam
por seu caminho. [...] Parafraseando Friedrich Nietzsche [que disse: "Torna-te
aquilo que és'], tornou-se
aquilo que verdadeiramente
é. Revela-se, pois, de personalidade desajustada."
Texto Anterior: Procurador diz que vai pedir multa maior para banqueiro Próximo Texto: Para criminalistas, decisão é exacerbada; CPI comemora Índice
|