São Paulo, quinta-feira, 04 de janeiro de 2007

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Painel

Vera Magalhães (interina) - painel@uol.com.br

Hora da fatura

O governo se prepara para editar um decreto aumentando o valor do Bolsa-Família. O reajuste deve ficar em torno de 15%, o que corresponde à inflação medida pelo INPC desde outubro de 2003, quando o programa foi criado. Desde então, não houve aumento. Como sempre, falta o sinal verde da Fazenda.
"Estamos em discussões avançadas com a equipe econômica. Não queremos comprometer as contas do governo ou pressionar a inflação", diz Patrus Ananias (Desenvolvimento Social). A ampliação do gasto com o principal programa social do governo foi uma promessa de campanha de Lula. Hoje, o benefício mensal varia entre R$ 15 e R$ 95. O gasto adicional com o reajuste seria de R$ 1,2 bilhão por ano.

Bandeira branca. O presidente do BC, Henrique Meirelles, tomou café ontem com o vice-presidente, José Alencar, seu antigo desafeto na discussão sobre os juros. A visita foi de cortesia a Alencar, recém-operado de um tumor.

Trauma. O governo prepara projeto de lei mudando as regras para contratação de agências de publicidade, um dos focos de denúncias no primeiro mandato de Lula. "É uma área crítica", reconhece Jorge Hage (CGU).

Assembleísmo. Depois dos escândalos envolvendo Duda Mendonça e Marcos Valério, a idéia é delegar a seleção de agências para um comitê de especialistas na área.

Empreiteiro. O PT, ainda atolado em dívidas, finaliza a terceira reforma em um prédio nos últimos nove meses. Desta vez, são R$ 300 mil no novo escritório em Brasília. Ao todo, já gastou R$ 900 mil.

Além-mar. De volta das férias, José Dirceu reativou seu blog com críticas à esquerda do PT e ao tucano José Serra. Detalhe: o deputado cassado acompanha a cena política diretamente de Portugal, de onde só volta no dia 8.

Resort. Porto de Galinhas (PE) virou o destino favorito de petistas em férias. Já recebeu o atual tesoureiro, Paulo Ferreira, e o ex, Delúbio Soares. Desde ontem, abriga o presidente do partido, Ricardo Berzoini -que, mal reassumiu, já foi descansar.

2010 é já. O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), responde às críticas de Tarso Genro ao discurso de posse de José Serra: "Ele respondeu a idéias com agressões. Está claro que quer trocar o subemprego de ministro virtual por uma pasta real".

Reforço. A Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo escalou mais dois assessores parlamentares. O objetivo é articular a votação na Assembléia de projetos polêmicos que o governo estuda na área tributária.

Papagaio. Tão logo assumiu o governo de Mato Grosso do Sul, André Pucinelli (PMDB) correu a Brasília para pedir mais prazo à Fazenda para pagar R$ 27 milhões da parcela de dezembro da dívida do Estado. Zeca do PT deixou a conta pendurada.

Sondagem. O PSDB, grande esfinge da eleição da Câmara, teve uma conversa franca com Aldo Rebelo (PC do B-SP). Os tucanos quiseram saber se o presidente da Casa abriria mão da disputa em troca de um ministério. "Vou até o fim", disse Aldo.

Suspense. Ainda assim, os tucanos só descerão do muro na undécima hora. Está marcada para o dia 30 uma reunião para aclamar Antonio Pannunzio (SP) como novo líder, lançar a candidatura de Nárcio Rodrigues (MG) à Mesa e, só então, anunciar posição na disputa.

Contabilidade. Preocupada com o discurso de Aldo Rebelo de que vai gastar pouco na disputa pela Câmara, a turma de Arlindo Chinaglia (SP) promete divulgar as receitas e despesas da campanha do petista até o fim do mês.

Tiroteio

"Carlos Wilson teve oportunidade de contestar a candidatura de Chinaglia antes do lançamento e não o fez. Mas entendo sua posição: afinal, só entrou no PT depois que viramos governo".
Do deputado federal CÂNDIDO VACCAREZZA (PT-SP), um dos coordenadores da campanha de Arlindo Chinaglia, sobre o apoio do deputado do PT de Pernambuco ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo.

Contraponto

Chamem a polícia!

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), reuniu ontem a cúpula da segurança pública no Estado para traçar o plano emergencial de combate à onda de violência.
Depois da reunião, concedeu uma entrevista coletiva juntamente com os três comandantes das Forças Armadas no Estado. Diante de insistentes perguntas para os militares, Cabral tentou fazer uma brincadeira:
-Não adianta, eles não vão responder nem sob tortura.
A menção causou um constrangimento geral, e a entrevista foi encerrada. Um dos jornalistas foi buscar seu gravador. Ficou surpreso ao perceber que, embora estivesse na mesa das autoridades, o aparelho havia sido furtado.


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