São Paulo, quinta-feira, 04 de janeiro de 2007

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Lula pede que Aldo e Chinaglia se entendam

KENNEDY ALENCAR
SÍLVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu em separado com os deputados Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) para pedir aos dois que cheguem a um acordo até o fim de suas férias e apresentem uma candidatura única à presidência da Câmara.
Lula disse ao dois que não deseja repetir o erro de fevereiro de 2005, quando a base governista teve dois candidatos, os petistas Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG). Ambos foram derrotados por Severino Cavalcanti (PP-PE), episódio que marcou o início da desagregação da base aliada na Câmara.
Segundo a Folha apurou, Lula reafirmou maior simpatia por Aldo, mas disse que não inviabilizará Chinaglia se o petista reunir maior apoio. O presidente pretende tirar férias entre os dias 5 e 15 deste mês. Nas palavras dum ministro, o ideal é que haja um entendimento até o dia 20. A eleição na Câmara será em 1º de fevereiro.
Aldo disse ao presidente que pode atrair o apoio da oposição e que é candidato natural por já ocupar a presidência da Casa. Queixou-se da avareza do PT na repartição de cargos no momento em que Lula prega um governo de coalizão.
Já Chinaglia afirmou que terá o apoio do PMDB e de mais partidos da base de apoio. Disse ainda que seria forma de o presidente compensar o PT e ficar mais livre para tirar pastas do partido e dá-las a aliados.
Chinaglia estava irritado com a ofensiva de Aldo no PMDB. Ele se reuniu com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), e voltou a sugerir um acordo com o PMDB: se ele fosse eleito neste ano, o PT apoiaria um peemedebista para sucedê-lo no cargo em 2009.
Além disso, Chinaglia disse a Temer que, caso o PMDB avalize sua candidatura, o PT cederia espaço privilegiado aos peemedebistas na Mesa Diretora.
Ontem, Aldo chamou Temer para uma conversa e propôs um pacto idêntico, com envio de carta aos peemedebistas. "O documento pediria apoio à minha candidatura e reconheceria o direito de o PMDB ter o seu protagonismo daqui a dois anos", declarou Aldo.
Minutos depois, Chinaglia reagiu afirmando ter votos em várias legendas, inclusive no PSDB, e terminou lançando um desafio: "No esforço pela candidatura única, proponho realizar uma prévia com os líderes dos partidos". Aliados de Aldo disseram que ele dificilmente aceitaria essa consulta, pois ele concorreria com o respaldo de partidos de oposição enquanto a prévia de Chinaglia só envolveria siglas da base.


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