São Paulo, domingo, 04 de janeiro de 2009

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Interino na Abin aciona Justiça contra Brasil Telecom

Atualmente na direção geral da agência, Trezza atuou na tele na gestão de Dantas

Tribunal diz que dirigente deve receber R$ 58,5 mil de empresa; companhia alega que decisão não reconhece as estipulações do contrato


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo com o aval para exercer o cargo de diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o interino Wilson Trezza decidiu aguardar a escolha do nome que vai comandar a instituição, sem tomar nenhuma decisão até lá.
Oficial de inteligência da Abin, Trezza trabalhou na Brasil Telecom durante a gestão do banqueiro Daniel Dantas, alvo a Operação Satiagraha, que contou com a participação de mais de 60 homens da agência durante as investigações.
"Trezza tem todo apoio para tomar qualquer medida porque os cargos de diretor e diretor-adjunto estão vagos. Não vejo impedimento [por ele ter trabalhado com Dantas e chefiar a Abin]", afirmou o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Felix.
Para se manter no cargo, ainda que interinamente, Trezza afirmou que não tem nenhum tipo de relação com Dantas e que processa a Brasil Telecom e a Fundação BrTprev.
O oficial pediu à Justiça do Trabalho benefícios e gratificações referentes ao ano em que prestou serviço para as duas empresas.
O Tribunal Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul determinou, em segunda instância, que Trezza tem direito a receber R$ 27,5 mil referentes a bônus por cumprimento de metas, R$ 31 mil descontados indevidamente na rescisão do contrato, além de hora extra e outros benefícios.
"Esse não é o valor exato da condenação, mas o que a empresa depositou. Só depois de transitado e julgado é que a controladoria judicial vai estipular o valor", explicou a advogada de Trezza, Alessandra Chaves.
Ela disse ainda que que Trezza foi contratado inicialmente como consultor de recursos humanos da Brasil Telecom e, em seguida, eleito diretor da fundação. Por isso, teria direito a benefícios como hora-extra.
A Brasil Telecom recorreu ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), e o processo está no gabinete do relator do caso, ministro José Simpliciano Fernandes, desde maio do ano passado. A companhia diz, em nota, que "a decisão do TRT não reconhece as estipulações prévias firmadas no contrato de trabalho com o autor".


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