São Paulo, segunda, 4 de janeiro de 1999

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OUTRO LADO
Para Moreira Ferreira, denúncias são políticas

da Sucursal de Brasília

O ex-presidente da Fiesp e deputado federal eleito Carlos Eduardo Moreira Ferreira (PFL-SP) disse que a investigação do TCU teve motivação política, em virtude da disputa pela direção da entidade patronal paulista.
Segundo Moreira Ferreira, as denúncias iniciais sobre a gestão do Sesi partiram do líder da oposição na Fiesp, Joseph Couri. A investigação, no entanto, foi iniciada antes da disputa eleitoral entre Couri e Horacio Lafer Piva, este último escolhido presidente da Fiesp em 98.
Moreira Ferreira disse ter "muita tranquilidade" sobre sua gestão no Sesi, que acumulava como presidente da Fiesp. "Não tenho o rabo preso", disse.
Ele acha que é preciso esperar uma nova manifestação do TCU sobre o assunto. "O tribunal mandou reexaminar o assunto."
A assessoria de imprensa da Fiesp informou que somente Horacio Lafer Piva fala sobre o Sesi, mas que ele havia viajado para as festas de fim de ano.
A assessoria de imprensa da Fiemg, procurada pela Folha na quarta-feira, ficou de responder no mesmo dia, mas não fez mais contato com a reportagem. Em Sergipe e Piauí ninguém atendeu a telefonemas feitos pela Folha.
A necessidade de um material mais resistente e durável foi a justificativa dada pela direção do Sesc do Rio Grande do Sul para a importação de grama sintética da França pelo valor equivalente a R$ 260 mil.
A entidade também informou aos técnicos do TCU que a receita obtida com a locação dos dois minicampos de futebol chegou a R$ 111 mil em 1996.
A justificativa consta do próprio relatório do TCU. A assessoria de imprensa da entidade foi procurada pela Folha na última quarta-feira, mas não comentou as críticas do tribunal.
A direção também informou que a decisão de instalar tobogãs em piscinas da sede campestre atende à necessidade de promover o lazer entre os comerciários.
Sobre o pagamento dos custos de evento cuja receita foi totalmente recolhida à Federação do Comércio, a direção do Sesc informou que a federação também teve despesas, como pagamento de cachês de grupos musicais.
Em relação às obras paradas, o próprio relatório informa que o Sesc está travando uma disputa judicial com a construtora.
A assessoria de imprensa do Sesc do Distrito Federal divulgou que as irregularidades mencionadas no relatório já foram esclarecidas e que as contas da entidade foram aprovadas pelo TCU.
Sobre o pagamento de custos do jornal da Federação do Comércio, a assessoria informou que o Sesc tem "amplo espaço" na publicação.
Sobre o pagamento de salários de funcionários cedidos à Fecomércio, a assessoria informou que eles prestam "serviços comuns" às duas entidades.
A Folha telefonou, por volta das 17h da última quarta-feira, para a Federação do Comércio e para o Sesc de Pernambuco. Ninguém atendeu às ligações.



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