São Paulo, #!L#Sexta-feira, 04 de Fevereiro de 2000


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RIO SÃO FRANCISCO
Temer decide instalação uma semana depois de ACM criticar o projeto em estudo
Comissão analisa alteração em rio

da Sucursal de Brasília

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), deu ontem uma demonstração política a favor do projeto de transposição do rio São Francisco, uma semana depois de o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), se declarar contrário à proposta.
Temer instalou uma comissão especial para analisar o projeto na presença do ministro Fernando Bezerra (Integração). "Vamos tirar um emblema da parede e transformá-lo em realidade", afirmou Temer.
O projeto consiste em transpor, por meio de barragens e canais, parte da água do São Francisco para regiões sem irrigação.
Essa não é a primeira vez que os presidentes da Câmara e do Senado atuam de forma divergente. No caso do Judiciário, aconteceu o mesmo. Quando ACM afirmou que instalaria a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o Judiciário, Temer instalou a comissão especial da reforma do Judiciário, que estava na gaveta da Câmara.
ACM será um dos primeiros a ser convidado para falar na comissão. A Bahia é contra a chamada transposição do rio porque acredita que ela afetará o abastecimento do Estado.
O relator do Orçamento da União para o Ministério da Integração, deputado José Lourenço (PFL-BA), ligado politicamente a ACM, retirou os R$ 40 milhões de recursos previstos para o projeto no Orçamento deste ano.
A bancada do Nordeste reclamou, e os recursos deverão voltar. "Há um pouco de egoísmo, a meu ver por causa da falta de informação. Não há razão para dizer que o rio vai secar", afirmou o presidente da comissão especial, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
O projeto vai atingir oito Estados: Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Os quatro primeiros são contra a idéia, e os demais, a favor.
Os deputados pretendem convocar representantes dos dois grupos para debater o projeto e tentar uma conciliação política.
A transposição do rio, prevista para ser concluída em três anos, custaria R$ 3 bilhões. "Isso é igual ao que o governo gastou no ano passado com a seca", disse Henrique Eduardo Alves.


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