|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RIO SÃO FRANCISCO
Temer decide instalação uma semana depois de ACM criticar o projeto em estudo
Comissão analisa alteração em rio
da Sucursal de Brasília
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), deu ontem uma demonstração política
a favor do projeto de transposição do rio São Francisco, uma
semana depois de o presidente
do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), se declarar
contrário à proposta.
Temer instalou uma comissão
especial para analisar o projeto
na presença do ministro Fernando Bezerra (Integração). "Vamos tirar um emblema da parede e transformá-lo em realidade", afirmou Temer.
O projeto consiste em transpor, por meio de barragens e canais, parte da água do São Francisco para regiões sem irrigação.
Essa não é a primeira vez que
os presidentes da Câmara e do
Senado atuam de forma divergente. No caso do Judiciário,
aconteceu o mesmo. Quando
ACM afirmou que instalaria a
CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) para investigar o Judiciário, Temer instalou a comissão especial da reforma do
Judiciário, que estava na gaveta
da Câmara.
ACM será um dos primeiros a
ser convidado para falar na comissão. A Bahia é contra a chamada transposição do rio porque acredita que ela afetará o
abastecimento do Estado.
O relator do Orçamento da
União para o Ministério da Integração, deputado José Lourenço
(PFL-BA), ligado politicamente
a ACM, retirou os R$ 40 milhões
de recursos previstos para o projeto no Orçamento deste ano.
A bancada do Nordeste reclamou, e os recursos deverão voltar. "Há um pouco de egoísmo, a
meu ver por causa da falta de informação. Não há razão para dizer que o rio vai secar", afirmou
o presidente da comissão especial, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN).
O projeto vai atingir oito Estados: Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Os quatro primeiros são contra a idéia, e os demais, a favor.
Os deputados pretendem convocar representantes dos dois
grupos para debater o projeto e
tentar uma conciliação política.
A transposição do rio, prevista
para ser concluída em três anos,
custaria R$ 3 bilhões. "Isso é
igual ao que o governo gastou no
ano passado com a seca", disse
Henrique Eduardo Alves.
Texto Anterior: Congresso: Temer defende cota para contratação de parentes Próximo Texto: MG: Itamar anuncia hoje se encerra moratória Índice
|